Mais do que produzir alimentos de maneira eficiente é preciso colocá-lo na gôndola de maneira competitiva e rentável. O episódio “Caminhos do Agro SP” desta quarta-feira, dia 04, trouxe à tona um debate sobre os desafios da comercialização e de como os novos hábitos alimentares e mudanças de comportamento dos consumidores são fatores que influenciam toda a cadeia do agronegócio: do produtor ao varejo.
O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira, destacou que é importante atentar-se às novas demandas do mercado, adaptar-se tanto em relação aos produtos ofertados como às novas plataformas de vendas. Para isso, o setor público tem atuado para desenvolver políticas inclusivas, principalmente aos pequenos e médios produtores.
“É muito importante que o consumidor saiba que, quando ele vai ao supermercado, a sua escolha influencia toda a cadeia produtiva. É preciso auxiliar os produtores para que essas novas exigências não sejam fatores de exclusão. Independente do elo, a modernização do agro é fundamental, assim como a sua integração”, reforçou.
A coordenadora da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, responsável pelo Abastecimento e Segurança Alimentar, Juliana Cardoso, antecipou que uma parceria com a Associação Paulista de Supermercados – APAS vem ao encontro do que se espera do setor público: ser um elo de fomento e estímulo aos diferentes atores da cadeia produtiva.
“Desenvolvemos uma plataforma para conectar oferta com a demanda. A ideia é que a APAS traga as necessidades dos mercados para que eles possam acessar por georreferenciamento os tipo de produtos categorizados de maneira simples e fazer uma cotação automática com os produtores ao seu redor. Um estímulo ao ‘compre local’”, explicou.
Ponto de ligação entre o produtor e o consumidor final, o varejo é o termômetro da postura do cliente. De acordo com o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Carrefour Brasil, Stephane Engelhard, a pandemia fez acelerar o interesse do consumidor em obter informações sobre a qualidade e a origem dos alimentos. Além disso, as compras de perecíveis on-line, antes então novidade, é uma tendência que veio para ficar.
“Num período em que o delivery de comida aumentou cinco vezes constatamos também uma consolidação das vendas de alimentos on-line, que antes eram nulas. Lojas físicas e on-line atuam de forma integrada. Essa é uma tendência que não é passageira e é preciso democratizar alimentos de qualidade porque todos merecem o melhor”, apontou.
Se por um lado o supermercado ouve a demanda dos consumidores e precisa que o produtor desenvolva produtos de melhor qualidade, surge neste cenário o papel das cooperativas: um agente que vem como alternativa para auxiliar nas condições de comercialização, uma vez que conseguem acessar diferentes mercados e políticas públicas.
“Nosso quadro é composto por 90% de pequenos e médios produtores. A cooperativa consegue apoiar o produtor no recebimento, armazenagem e escoamento. Temos o papel de desembarcar a tecnologia no campo e entregar valor e isto só é possível se entregarmos valor, primeiro, a quem está produzindo. Devemos oferecer soluções integradas que retornam em resultados sustentáveis”, enfatizou Fernando Degobbi Sambonovich, diretor presidente da Coopercitrus, com sede em Bebedouro (SP) e que possui mais de 60 filiais e 35 mil agropecuaristas associados.
“Caminhos do Agro SP”
O projeto “Caminhos do Agro SP” é resultado de uma parceria entre InvestSP, Fundag, TV Cultura, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e a iniciativa privada. Os episódios podem ser acompanhados nos canais do YouTube da Secretaria de Agricultura e Abastecimento: https://www.youtube.com/
AGENDA CAMINHOS DO AGRO SP
11 de novembro: Live Papel e Celulose
18 de novembro: Episódio Consumo
25 de novembro: Live Olericultura
02 de dezembro: Episódio Exportação
09 de dezembro: Live Soja
16 de dezembro: Episódio Conectividade