A pandemia e o isolamento social levaram à reinvenção dos modelos de trabalho, ao boom das videoconferências, da telemedicina, ao crescimento do e-commerce, à descoberta dos shows e eventos online, à explosão das lives e à ampliação das interações sociais, aproximando muitas famílias.
Na mesma medida, a situação agravou problemas que já existiam, mas que também migraram com mais força do campo presencial para o online: o bullying entre os adolescentes. A avaliação é do psicólogo, mestre e especialista em Neuropsicologia Diego Maciel Lima, professor do UNICURITIBA – instituição que faz parte da Ânima Educação, uma das maiores organizações privadas de ensino superior do país.
“O bullying é uma prática antiga, bastante conhecida nas escolas. Trata-se de um conjunto de práticas agressivas, intencionais e repetidas, sem motivo aparente, cometida contra um indivíduo vulnerável e que causa dor e sofrimento. Quando praticado presencialmente, existe uma possibilidade maior de controle e intervenção dos adultos. Com a internet, o alcance pode ser global e foge rapidamente ao controle”, explica.
No chamado cyberbullying, a gravidade dos casos se potencializa, continua o professor, já que nos meios online o ofensor se sente “protegido” pelo anonimato. “Com a audiência quase ilimitada, as motivações para o agressor aumentam e os danos à vítima também.”
Cyberbullying e isolamento social
Com o isolamento social, o principal motivo de preocupação de muitos pais é que a incidência do cyberbullying aumente, já que a interação entre os adolescentes passa a ser ainda maior por meios digitais.
O professor Guilherme Alcântara Ramos, mestre em Psicologia, coordenador de equipes de projetos psicopedagógicos e do Núcleo de Atendimento Psicopedagógico do UNICURITIBA, diz que a internet é capaz de encurtar distâncias e, neste aspecto, a tecnologia é bem-vinda, se for para estimular os afetos, vínculos e relacionamentos saudáveis. “Fisicamente as pessoas não estão no mesmo espaço, mas quando se conectam, elas se reabastecem e reforçam o vínculo emocional – o que é extremamente benéfico e necessário”, explica.
A questão é quando os relacionamentos não são nada afetivos e podem ter interferência direta na saúde mental dos adolescentes. No Brasil, um levantamento realizado em 2018 pelo Instituto de Pesquisa Ipsos com um público entre 8 e 16 anos mostrou que:
66% presenciaram casos de agressão na internet;
21% afirmam ter sofrido cyberbullying;
13% afirmaram zombar de alguém por sua aparência;
7% marcaram alguém em fotos vexatórias;
3% ameaçaram alguém;
3% zombaram alguém por conta de sua sexualidade.
Como agir em casos de cyberbullying?
O psicólogo e professor do UNICURITIBA, Diego Maciel Lima, dá dicas aos pais sobre como identificar e agir em casos de cyberbullying. “É importante ficar atento aos sinais de alerta, pois nem sempre os adolescentes pedem ajuda aos pais já que muitos sentem vergonha ou medo de serem incompreendidos ou repreendidos”, explica Lima.
Entre os principais sinais de que algo não vai bem estão mudanças súbitas no comportamento e humor, explosões de raiva, sinais de sofrimento ou recusa para entrar nas aulas online, diminuição repentina no rendimento escolar e mudança no tempo de uso das redes sociais, por exemplo.
Nestes casos, continua o professor, o ideal é estar sempre pronto a ouvir os adolescentes, sem julgamentos, e se for preciso, procurar ajuda especializada.
1. O mais importante é os pais estarem atentos e presentes na educação de seus filhos. Quando os adolescentes se sentem acolhidos e vinculados a seus pais, há uma maior probabilidade de que peçam ajuda em casos de cyberbullying.
2. Oriente o adolescente a procurar um adulto em caso de cyberbullying. É importante os pais explicarem que esses tipos de “brincadeira” não são naturais e que podem ser configuradas como crime. O adolescente precisa entender que tem um valor próprio e que ninguém tem o direito de o humilhar e expor ao ridículo.
3. Caso seu filho peça ajuda, busque acolher a sua dor. Mesmo que lhe pareça exagero, nunca diminua, julgue ou repreenda o adolescente por não ter revidado. Também não dê conselhos apressados antes de entender totalmente a situação.
4. Tente se lembrar de como você pensava, sentia e agia quando tinha a mesma idade; quando a aceitação social de seu grupo de amigos era uma de suas maiores prioridades na vida. Evite dizer frases como “isso é só uma fase”, “isso não é tão grave assim”, “por que você não revidou?”, “que drama”.
5. Lembre-se que cyberbullying é crime. Por isso, busque reunir provas por meio de “prints”, para que se for preciso você possa buscar as autoridades competentes para pedir auxílio.
Sobre a Ânima Educação
Com o propósito de ‘Transformar o Brasil pela Educação’, a Ânima é uma das principais organizações educacionais particulares de ensino superior do País e conta com aproximadamente 145 mil alunos em nove instituições: Universidade São Judas Tadeu (SP), Una (MG e GO), UniBH (MG), Faseh (MG), UniSociesc (SC), AGES (BA e SE), UniFG (BA), UNICURITIBA (PR), além de atuar na Unisul (SC) em parceria de cogestão. Também fazem parte do Ecossistema Ânima a Escola Brasileira de Direito (EBRADI), a HSM, a HSM University, a SingularityUBrazil, a Inspirali, e a escola internacional de gastronomia Le Cordon Bleu, em São Paulo, além do Instituto Ânima.
A Ânima foi eleita nos últimos cinco anos uma das 100 Melhores Empresas para Trabalhar. Além disso, foi destaque, em 2020, como uma das 5 Empresas mais Inovadoras do País, na categoria Serviço, de acordo com o Anuário de Inovação do Valor Econômico, e conquistou em 2019 o prêmio Mulheres na Liderança, na categoria Educação, iniciativa da ONG Women in Leadership in Latin America (WILL). Ainda em 2019, a companhia foi destaque no Anuário Época NEGÓCIOS 360°, como uma das melhores empresas, na área da Educação, do Brasil.