A especialista em Cosmetologia Avançada e Farmacologia, a cientista Jackeline Alecrim, acredita que a pandemia,- que segundo dados, já matou mais de 100 mil pessoas no Brasil, – despertou uma nova forma das pessoas enxergarem o mundo e surgiram novos hábitos e interesses, como o de discutir a ciência.
Ela é pesquisadora e empreendedora no ramo da beleza, mas defende que a ciência como um todo seja mais palpável ao grande público, “momentos desafiadores nos convidam à reflexão, quando este problema envolve um risco de saúde global, a preocupação aumenta entre as pessoas fora da área da saúde”. Jackeline explica que neste momento muitos estão buscando informações e querem entender as diversas terminologias científicas para saber o que ocorre.
“A curiosidade para entender como algo microscópico pode causar tanto caos no mundo desperta o interesse de muitos”, afirma.
A busca por informações qualificadas e o medo de acreditar em fake news tem sido a porta de entrada para o universo da pesquisa, ainda pouco valorizado no Brasil. “Nosso papel como pesquisador é cada vez mais levar informações corretas à população para evitar esta proliferação de notícias sem embasamento científico”, afirma Jackeline.
Para isso, ela defende que a comunidade científica busque linguagem acessível para não afastar o público, “temos que parar de elitizar a ciência, ela tem que alcançar pessoas de todos os níveis sociais e escolaridades”.
A brasileira já participou de diversas discussões como esta, uma das últimas durante palestra na Universidade de São Paulo (USP), em junho, no evento “A Química do Futuro”, parte integrante do curso de extensão do Centro de Estudos em Química (CENEQUI) da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto e em comemoração ao Dia do Químico.
Ela abordou sua especialidade ao falar sobre o tema “Empreendedorismo na Ciência”, no qual lamentou que os resultados das pesquisas científicas não virem produtos oferecidos no mercado brasileiro. Da mesma forma que ela defende que inovações científicas cheguem à população, ela espera que todos tenham mais intimidade com estes assuntos, ainda relegados ao meio acadêmico.