O CANATHON, o primeiro hackathon exclusivamente voltado à bioenergia, começa nesta quinta-feira (20/08), com a participação de mais de 800 profissionais de diversas áreas do conhecimento entre maratonistas e mentores inscritos, que prometem revolucionar o setor com propostas de soluções rápidas em Tecnologia da Informação para problemas apontados por representantes de empresas de toda a cadeia de valor deste mercado.
O evento, realizado em formato 100% online e que vai até o dia 26 de agosto, é organizado pela FENASUCRO & AGROCANA, Think Lab Brasil e UFSCar e terá a participação de representantes de todos os estados brasileiros, Distrito Federal e de outros países como Argentina, Angola e Estados Unidos.
Dinâmica do Desafio
Os participantes estarão organizados em equipes multidisciplinares para trabalharem em projetos em TI que envolvem questões e situações de gestão, produção e novos negócios. De acordo com Marcos Eduardo de Oliveira, CEO da Think Lab Brasil, devem ser formadas mais de 140 equipes que apresentarão as propostas para um Conselho Consultivo, formado por alguns dos mais renomados representantes do setor de bioenergia no Brasil e no mundo.
“Cada equipe será formada por cerca de 5 pessoas de áreas diferentes. O primeiro desafio dos participantes será encontrar seus pares para compor a equipe e depois definir em qual dos três pilares irá trabalhar em busca de uma solução. No decorrer do evento, eles terão o apoio de 120 mentores que se revezarão 24 horas durante todos os dias para atender as demandas. Todo o trabalho produzido, troca de informações, palestras e mentorias serão realizadas em uma plataforma específica para o CANATHON”, diz Oliveira.
As equipes terão um prazo de cerca de 52 horas, entre 18h de sexta-feira (21) e 22h de domingo (23) para realizar as cinco etapas que compreendem a formação das equipes multidisciplinares, imersão (identificação e conhecimento do problema), ideação (geração de ideias), prototipação (transformação de ideias em algo palpável) e solução (entrega da solução final).
“As equipes não precisam estar online o tempo todo e terão liberdade para escolher a solução que será desenvolvida, para organizar os seus horários, atividades e revezamentos para cumprir as etapas dentro do prazo estipulado”, afirma Oliveira.
Cada membro do Conselho Consultivo receberá um vídeo, uma apresentação e um relatório com as descrições da solução proposta que deverá ser avaliado entre segunda-feira (24) e quarta-feira (26) com atribuição de notas e suas considerações.
Na quarta-feira, 26, a partir das 18h, acontecerá a cerimônia de encerramento por meio de uma transmissão online, que fará a apresentação das três soluções vencedoras. “Além das vencedoras, as demais soluções entregues serão apoiadas pela Think Lab Brasil para que se transformem em startups para o setor. A proposta é apresentar as demais soluções na FENASUCRO & AGROCANA de 2021, quando também realizaremos a segunda edição do CANATHON”, diz Oliveira.
Perfil dos participantes
Marcos ressalta que os participantes estão concentrados no setor de bioenergia e negócios, ciências de dados, desenvolvedores e marketing. O perfil revela ainda que cerca de 39% dos participantes tem pós-graduação ou doutorado em sua área de atuação, 31% graduação, 21% são estudantes e 7% têm curso técnico. Os participantes são de universidades públicas como USP, UFSCar e de várias empresas do setor de bioenergia.
O que deve vir por aí…
Entre as soluções a ser apresentadas, o CEO da Think Lab Brasil acredita que devem contemplar situações como simulações de safra e análise de dados para ajudar os gestores a tomarem decisões, análise de clima e ciclos de manutenção com Inteligência Artificial e Data Science, além de propostas que possam vislumbrar novos mercados e usos para açúcar e álcool, comercialização de excedentes ou identificação de CBIOs. “Ouvimos empresas de todos os estados brasileiros e fizemos uma compilação dos principais problemas visando contribuir com o desenvolvimento do setor”, diz Oliveira.
Paulo Montabone, Diretor da Fenasucro & Agrocana, explica que o evento tem um caráter de ineditismo ao mostrar que é possível gerar inovação para o mercado de bioenergia com custo relativamente baixo. “A eficiência por meio do uso dos dados e informações, o “famoso” data driven, pode levar a soluções de baixo custo aos gestores de toda a cadeia para encarar com mais assertividade as novas oportunidades, incluindo neste contexto as energias renováveis. Importante sempre lembrar que o nosso setor é vanguardista em tecnologia e a Fenasucro & Agrocana, reforça seu propósito de apresentar inovação e ser vitrine para soluções através do CANATHON, que reforçará a competência do mercado brasileiro em exportar soluções nacionais para as usinas e indústrias bioenergéticas pelo mundo todo”, afirma.
Mercado
Para Daniel Rossi, CEO do Grupo Capitale e fundador da ZEG (Zero Emission Generation), o CANATHON contribuirá para o mercado conhecer novas tecnologias e ideias, além de ser uma excelente ferramenta para troca de experiências e criação de negócios promissores.
“Ainda que o Brasil tenha papel de destaque na produção e consumo do etanol, o mercado de biogás ainda é incipiente no Brasil e tem capacidade de agregar muito valor. Inovar é a alma do mercado de bioenergia. O profissional que deseja atuar neste mercado deve estar antenado as tendências e novas tecnologias, ser disruptivo, criativo, flexível e estar preparado para errar algumas vezes antes de acertar”, afirma Rossi.
Segundo Maurício de Menezes, gerente de Marketing Tático da John Deere, eventos como o CANATHON proporcionam uma grande oportunidade de se inserir empresas e pessoas em um ambiente que estimula a inovação e que permite o surgimento de ideias disruptivas para o setor da bioenergia.
“A John Deere é uma empresa comprometida em fornecer produtos, tecnologia e serviços avançados para os produtores, aumentando a eficiência da agricultura brasileira e ajudando na missão de alimentar o mundo de forma sustentável. Quando pensamos em tornar os recursos renováveis, como é o caso da bioenergia, em uma oportunidade de negócio, já damos passos importantes em identificar pontos de melhoria e como tornar o nosso empreendimento mais rentável e responsável. Ainda temos muito potencial para aprimorar a eficiência do sistema bioenergético com muita tecnologia. Por exemplo, estamos inovando o mercado a partir do desenvolvimento da colhedora de cana CH 950, criada especialmente para o mercado brasileiro e que possui diferenciais importantes para o segmento canavieiro, como as duas linhas de corte trabalhando simultaneamente, trazendo também diminuição na compactação de solo em até 60%, e redução de 30% no consumo de combustível”, afirma Menezes.