(Agosto de 2020) – Após a temporada de chuvas, a região do Cerrado atravessa um período de estiagem, com calor intenso, baixa umidade do ar e, consequentemente, a vegetação muito seca se torna combustível para incêndios que se propagam pela região.
Estas condições potencializam eventuais queimadas naturais, mas não as provocam. Na verdade, quase a totalidade dos focos de incêndios são provocados pela ação humana, seja intencional ou acidentalmente. Mas por que isso acontece?
“Porque ainda há a necessidade de um despertar do indivíduo e da coletividade voltado para a conservação do meio ambiente”, explica Mahal Massavi, coordenador de Educação Ambiental do Projeto Bichos do Pantanal, realizado pelo Instituto Sustentar e patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras socioambiental.
Para evitar incêndios e outras formas de agressão à natureza, antes é essencial construir valores sociais, conhecimentos, habilidades e atitudes responsáveis com meio ambiente, fatores que são fundamentais, inclusive, para a nossa qualidade de vida e sustentabilidade. E esse é um dos focos do Projeto que já contempla mais de 500 mil pessoas no Alto Pantanal”, comenta o coordenador.
“No Mato Grosso, ainda há muita gente que tem dificuldade de associar, numa escala maior, o prejuízo causado pelo fogo. Não se tem uma percepção clara do impacto das queimadas sobre o ecossistema e, inclusive, para a saúde humana. Portanto, a educação ambiental deve ser inserida na sociedade e se transformar em sinônimo de cidadania, fazendo nascer uma nova consciência”, finaliza Massavi.
Pensando neste aspecto, o Projeto Bichos do Pantanal com o Patrocínio da Petrobras por meio do programa Socioambiental, atua para ampliar o conhecimento e a preservação de importantes espécies da fauna e flora pantaneiras.
Outro importante aspecto desenvolvido pelo “Bichos dos Pantanal” é revigorar o programa de educação ambiental “Conhecer para Preservar – uma lição de vida”, que promove a conexão com a natureza e a integração com a comunidade, tendo como meta a promoção do bem-estar social e da conservação ambiental.
Brigadas de incêndio formam escudo de proteção ao meio ambiente
Outros agentes que atuam na prevenção do meio ambiente são as brigadas das Unidades de Conservação. Durante o semestre de intensas secas – que se estendem de maio a outubro, aproximadamente – elas recebem treinamento intensificados nas unidades de Conservação para realizar o Manejo Integrado do Fogo e todas as ações de prevenção aos incêndios florestais.
“Numa grande escala, graças às brigadas de incêndios, há mais de 30 anos o fogo não atinge a Estação Serra das Araras, Unidade de Conservação situada nos municípios de Cáceres e Porto Estrela, no estado de Mato Grosso, sede do Projeto” -, comenta Jussara Utsch, diretora do Instituto Sustentar.
“Além disso, desde 2019, nos períodos de janeiro a junho realizam-se queimas programadas em determinadas fitofisionomias do Cerrado, que cientificamente são necessárias para redução de combustível (vegetação morta) e para o manejo ecológico da vegetação”, completa Utsch.
No Cerrado, por exemplo, o manejo – uso inteligente e seguro do fogo – cria aceiros na vegetação e evita que incêndios severos fragilizem o ecossistema afetado. Já no Pantanal, as perdas são maiores. A carga de material orgânico é acumulada durante os períodos de cheias. Chegada a época de secas, estas áreas, agora não inundadas, favorecem o aumento dos combustíveis (vegetação seca) que são, naturalmente, mais propícios para a propagação de incêndios.
Elemento Água
Que a água apaga o fogo todos já sabem. Mas ela também é um agente dispersor importante de frutos e sementes, responsável por transportar plantas que crescem próximas a rios e lagos.
Junto com ela, os peixes não acometidos pelas queimadas vão adentrar nas áreas pós incêndios e dispersar sementes, contribuindo para a recomposição da vegetação.
“Essas vegetações se beneficiam com o trabalho dos peixes, que espalham sementes por todo o sistema. Essa dispersão é uma atividade ecológica comum e fundamental”, explica Claumir Muniz, coordenador de ictiofauna do projeto Bichos do Pantanal e professor da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT.
“O resultado é uma troca de recursos mutuamente benéfica que impulsiona a produtividade e alta biodiversidade das espécies vegetais”, finaliza o especialista.
Cores e belezas naturais, movimentação de animais e seus sons, a diversidade de flores e bichos, são alguns dos encantos que definem o Pantanal. Mas para que essa vida natural siga seu curso em equilíbrio, o bioma mais preservado do país precisa de você. A ação humana é de supra importância para preservação do nosso meio ambiente.
Projeto Bichos do Pantanal
Com patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, o Projeto Bichos do Pantanal atua na região do Alto Pantanal (Cáceres e Porto Estrela, MT) desde 2013. O foco é nas áreas de Educação Ambiental, pesquisas que ampliam o conhecimento científico visando a preservação de espécies da fauna pantaneira e a promoção da sustentabilidade local por meio do Turismo Sustentável. O Projeto já mobilizou, em diversas atividades (entre cursos, eventos, capacitações, atividades de mobilização social e Educação Ambiental), mais de 550 mil pessoas entre crianças, jovens e adultos, comunidade escolar, moradores, visitantes e turistas nos municípios de Cáceres e Porto Estrela e Estado do Mato Grosso.
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