Em meio a uma crise na saúde mundial causada pelo surto do novo coronavírus, o país com a maior economia do mundo, os EUA, vem sofrendo com protestos diários há algumas semanas. Como se o número de infectados não fosse alarmante o suficiente, boa parte da população está protestando contra a violência policial e o racismo que faz vítimas todos os dias, depois do assassinato do segurança George Floyd.
Por ser um gigante na economia e possuir um grande poder de influência na Bolsa de Valores, os EUA tem os olhos do mundo todo voltados para si e, é claro que qualquer instabilidade interna, pode provocar uma tsunami na economia mundial.
Diante desse cenário de crescente incerteza, por conta da pandemia e dos protestos, muitas pessoas estão preocupadas com os seus investimentos e consideram em, por exemplo, realizar uma portabilidade de planos de previdência.
Assim, aqueles que possuem aplicações no mercado – grandes ou pequenas – têm toda razão de estarem apreensivos, pois a situação econômica do Brasil e de boa parte do mundo é bastante crítica, por conta da Covid-19.
O levante das manifestações e protestos populares nos Estados Unidos pode ser uma variável que dificulte ainda mais a retomada econômica mundial e deve ser observado com cuidado.
Início dos protestos
Há algumas semanas, durante o pico da pandemia causada pelo novo coronavírus nos EUA, um homem negro desarmado foi morto pela polícia na cidade de Minneapolis. George Floyd acabou morrendo sufocado após ter sido preso por uma suposta compra falsa em uma loja local.
A cena toda foi filmada em câmeras de celulares, rodou o mundo e acabou por ser o estopim de uma série de protestos, ações e manifestações que passaram a externalizar a indignação da população negra norte americana.
Em questão de poucos dias, pelo menos 25 das principais cidades do país foram tomadas por protestos diários, desafiando o toque de recolher imposto por governantes locais e o cenário ainda é de bastante incerteza.
Cenário político e econômico
O cenário econômico e político em que se encontram os Estados Unidos não podia ser pior. Após um início de 2020 turbulento, o país foi um dos mais atingidos pela pandemia causada pelo novo coronavírus e é, hoje, o país com mais mortes pela doença. Por conta da quarentena imposta pela chegada do Covid-19, o número de desempregados nos EUA bateu o recorde de 45 milhões de pessoas.
Como uma parte considerável da população dos Estados Unidos se viu obrigada a suspender suas atividades, o governo teve que arcar com milhões de dólares em auxílio emergencial.
Além disso, daqui a alguns meses, o país se prepara para passar por eleições presidenciais, evento que sempre atrai olhares do mundo inteiro e tem grande potencial de interferência na economia mundial. Por tudo isso, o cenário desse país impacta na economia do mundo todo.
Agravamento da crise econômica
Muitos especialistas na área financeira acreditam que os EUA dão sinais da proximidade de uma nova crise econômica desde o início de 2019. A situação catastrófica da pandemia causada pela Covid-19, somada aos protestos que pressionam o governo por mudanças estruturais, faz com que essa crise chegue ainda mais rápido.
A quarentena imposta para impedir a propagação desenfreada do vírus na sociedade norte americana levou a uma contração abrupta da atividade econômica, de acordo com relatório divulgado pelo banco central do país (Fed).
Por conta do início dos protestos e do alto número de infectados, a maioria das empresas dos EUA acreditam que a situação vá piorar ainda mais nos próximos meses.
Com uma das maiores economias do mundo colapsando bem na nossa vizinhança, é de se esperar que o Brasil sofra alguma consequência também. Por aqui, a previsão é de que o Produto Interno Bruto (PIB) sofra um colapso de 10%, agravando um cenário já preocupante de alta dívida pública e caixas esvaziados.
Assim, é notável que a crise econômica que chegou mais cedo nos Estados Unidos irá atingir o Brasil nos próximos meses ou anos.
Até o início de 2020 especialistas acreditavam que a crise iria demorar mais a chegar, entretanto, com o episódio inesperado do novo coronavírus somado aos protestos cada vez mais intensos nos EUA, a situação apenas se agravou, prejudicando o futuro econômico de países parceiros como o Brasil.