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Pandemia acelera adoção de realidade virtual

Alguns meses em casa, em isolamento, foram suficientes para abalar os valores e o conceito do que é importante na vida. Se, antes, a cultura e o entretenimento eram frequentemente atacados ou, minimamente, vistos apenas como um lazer, não essencial, hoje, não há quem consiga passar o dia sem ouvir uma música, assistir um filme ou acompanhar a live de um artista. Percebemos a importância que essas e outras coisas, como as viagens e a educação, têm para o nosso bem-estar – tão importantes quanto o trabalho, o dinheiro e outros bens materiais.

A solução para aliviar um pouco da saudade tem sido nos apoiar em ferramentas digitais que nos remetam, ainda que remotamente, à experiência de dias comuns. Um exemplo é o aumento de 70% das lives no Instagram. No YouTube, uma das cantoras de maior sucesso no país, Marília Mendonça, protagonizou a maior transmissão ao vivo da história, com 3,3 milhões de usuários simultâneos. Uma live dela sempre atrai público, mas é fato que o isolamento social contribuiu para reunir os espectadores em busca de entretenimento e diversão. Isso sem falar nas novas possibilidades de propaganda que as marcas souberam aproveitar muito bem.

Essa é a tendência para os próximos meses – ou, quem sabe, anos. Todo tipo de recurso, inovação ou tecnologia que nos transmita a sensação de uma experiência presencial deve ganhar destaque. Entre elas, a que mais vinha se popularizando nos últimos tempos é a Realidade Virtual, um sucesso já bastante incorporado ao universo dos games. Mas, agora, surgem novas possibilidades para essa tecnologia: cursos educativos, visitas a museus e exposições de arte, viagens para lugares antes inimagináveis.

Imagine dar os mesmos passos que Leonardo da Vinci na Milão do século XV, na Itália. Ou viajar até Berlim dos anos 1980 e ver o muro que dividia a Alemanha Oriental e Ocidental. E, ainda, conhecer a belíssima Catedral de Notre-Dame, em Paris. Quer diversão para a família? Aproveite e faça uma visitinha nos famosos parques temáticos da Disney. Tudo isso já é possível devido à realidade virtual.

Podemos até mesmo pensar no futebol, uma das maiores paixões dos brasileiros. Enquanto os jogos já começam a voltar em algumas localidades, ainda vai levar um tempo até que possamos frequentar os estádios novamente. Para aproximar e minimizar a estranheza de ver as arquibancadas vazias, o campeonato espanhol La Liga utilizou imagens de torcedores virtuais, como em videogames. Mas, mesmo antes da pandemia, times internacionais, como o Manchester City e a Juventus, já tentavam incorporar tecnologia ao mundo dos jogos, por meio de aplicativos interativos, por exemplo. A NBA, principal liga americana de basquete, também já lançou um app que permitia assistir os jogos em realidade aumentada e rever as melhores jogadas.

Se muitos ainda têm um certo receito à utilização dessa tecnologia, alegando que “não é a mesma coisa”, é importante ressaltar que, de fato, não é. Viver a experiência da realidade virtual também exige uma adequação de expectativas – afinal, nada é capaz de reproduzir fielmente uma experiência do mundo real. Porém, no momento que vivemos, é possível afirmar que essa é a que mais se aproxima daquilo que já conhecemos, além de ser muito mais imersiva e interativa que fotos, vídeos ou lives. Teremos que nos adaptar e confiar que o futuro poderá ser melhor. Quando a vida voltar ao normal, essas soluções encontradas hoje não precisarão deixar de existir. Tudo pode ser complementar e, assim, poderemos viver as mais diversas experiências, conforme nossa vontade e sob nosso controle.

Wanderson Leite é fundador da ASAS VR, startup que leva realidade virtual para empresas e escolas. Formado em administração de empresas pelo Mackenzie, também é fundador da Prospecta Obras, plataforma que mapeia obras em andamento no país a partir de Big Data, e o ProAtiva, aplicativo de treinamentos corporativos digitais.

Sobre a ASAS VR:

http://www.asasvr.com/

Wanderson Leite – Divulgação