Com as orientações de distanciamento social, as pessoas estão em casa durante a maior parte do tempo e, por isso, a procura por produtos relacionados à saúde e conforto foram as mais acessadas na internet, segundo o Google Trends. A ferramenta, que acompanha as principais tendências relacionadas a uma palavra-chave em um determinado tempo, aponta que máscaras, pijamas e cloroquina, medicamento que vem sendo estudado para o tratamento do vírus, tiveram um crescimento expressivo nos meses de abril e maio, tempo de maior evolução da doença no País.
Para se ter uma ideia, no mês de abril a palavra máscara teve um aumento nas buscas, de aproximadamente 5.500% comparado a meses anteriores, segundo o Google Trends. Já o termo pijama registrou no mesmo mês um crescimento de 4.850% nas buscas. Os estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Distrito Federal foram de maior interesse pelo termo máscara. Nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, pijama teve mais de 90 acessos diários. Em relação ao termo cloroquina, houve crescimento de cerca de 12.700% nas buscas no mês de maio, sendo que o maior pico dos acessos foi registrado entre os dias 15 e 21 de maio.
Para o sócio e diretor de marketing da MyPharma, plataforma de loja virtual de farmácias e drogarias, Carlos Henrique Soccol, a procura por produtos para o enfrentamento da Covid-19, como as máscaras, tende a cair após o fim da pandemia, mas por trás da procura, há o fortalecimento de uma nova cultura.
“Esses itens sairão da lista de compras dos consumidores, mas o hábito pela compra online irá permanecer e aumentar exponencialmente. Para isso, os comerciantes estão se preparando para continuar atendendo ao público que, em sua maioria, será virtual. É uma nova cultura se aproximando”, explica Carlos.
Venda online X Venda de balcão
O comerciante Cristiano de Andrade Pires é proprietário das farmácias Drogafarto em Rio Pomba e Tabuleiro, no estado de Minas Gerais. Neste tempo de pandemia, viu crescer os pedidos de medicamentos e cuidados com a saúde em quase 100%. Em poucos dias ele chegou a vender 1.200 máscaras em uma de suas farmácias em Rio Pomba, município de pouco mais de 20 mil habitantes. “É um número muito expressivo para uma cidade pequena. A procura por esse e outros itens essenciais tem sido enorme nos últimos tempos”, comenta.
Segundo Cristiano, outro dado interessante é que produtos classificados como B e C, por exemplo, como vitaminas, migraram para a categoria A, devido ao aumento pela busca dos consumidores. “Os clientes estão mais atentos com a saúde nesse período de Coronavírus, logo estão consumindo mais vitaminas para manterem a saúde em dia. Nunca antes tinha visto isso”, comenta.
Na rede de farmácias Usifarma localizadas nos municípios de Caçador, Fraiburgo e Campos Novos, em Santa Catarina, a venda em e-commerce é bastante tímida, pois faz pouco tempo que as estratégias digitais começaram a ser aplicadas. No entanto, o que chama a atenção é o comportamento das pessoas que vão até os estabelecimentos para efetuarem suas compras. “As pessoas chegam até as farmácias todas com máscara e realizam suas compras de forma mais objetiva e em menor tempo possível, para evitarem aglomerações desnecessárias”, explica a supervisora da Rede Usifarma, Kelly Cavichiolli.
Ela relata que como as vendas por e-commerce ainda estão começando na rede, a opção em investir em campanhas de marketing tem sido estratégica. “Pretendemos expandir os negócios e atingir o público de outras regiões e estados com a venda nos meios online. Estamos nos preparando com a ajuda da MyPharma para disseminar a nossa rede de farmácias e alavancar as vendas”, finaliza.
Mais do Google Trends
Outros produtos mais buscados, segundo a ferramenta, entre os dias 15 de março e 15 de maio:
– Segmento de comidas e bebidas: gim (tipo de bebida destilada), rodízio mexicano, pizza de frigideira;
– Casa e bens pessoais: escova secadora, pantufa, celular moto G8 plus, robô aspirador;
– Saúde e beleza: cloroquina, máscara N95, gummy hair (vitaminas para o cabelo), antisséptico e álcool 70%