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MEIs serão os primeiros a zerar o caixa, aponta pesquisa

Os Microempreendedores Individuais (MEIs) devem ser os primeiros a sentir os efeitos da crise do coronavírus no País. De acordo com a pesquisa “As finanças dos pequenos negócios paulistas em tempos de coronavírus”, realizada pelo Sebrae-SP, os MEIs têm apenas oito dias, em média, de caixa para pagar seus compromissos financeiros. Depois disso, caso não haja nenhum tipo de auxílio ou empréstimo, vão entrar em dívidas ou fechar as portas.

A pesquisa ouviu 2.696 donos de pequenos negócios paulistas entre os dias 27 e 29 de março e foi inspirada em um estudo da consultoria americana JP Morgan Chase, realizado nos Estados Unidos. Para chegar ao número de dias de caixa, a pesquisa levou em conta entradas e saídas declaradas, além de uma estimativa de reserva de cada empresa.

Levando em conta o universo geral dos pequenos negócios paulistas, as micro e pequenas empresas têm, em média, 12 dias de caixa. O número é maior entre as Empresas de Pequeno Porte (EPP), que contam com 21 dias antes de zerar o caixa.

“Os MEIs são os mais atingidos pela crise atual porque são aqueles negócios que mais dependem de pagamentos à vista. Eles recebem hoje para pagar o fornecedor amanhã. Esse cenário é ainda pior para aqueles que prestam serviço de atendimento ao público”, diz o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Wilson Poit.

Entre os segmentos pesquisados, aqueles que mais devem ser atingidos pela crise são os de serviços domésticos e construção (nesse caso, prestadores de serviços), que contam com apenas quatro dias de caixa. Por outro lado, empresas de informação e comunicação, ou seja, que utilizam mais a tecnologia, têm 35 dias antes de zerar.

Imobiliárias conseguem pagar as contas por 26 dias, enquanto empresas da área da saúde contam com 20 dias. Na média, apenas 17% dos empreendedores pesquisados afirmam ter reserva de caixa.

A pesquisa também mostra que 95% das empresas registraram queda de vendas desde que a crise do coronavírus começou. A realidade de 54,3% dos entrevistados, hoje, é a empresa de portas fechadas. Por outro lado, 35,5% afirmam que estão atendendo por WhatsApp, 23,5% por outras redes sociais (Facebook ou Instagram, por exemplo) e 22,9% por telefone.

Elas podiam dar mais de uma resposta. Atualmente, apenas 26% dos pequenos negócios entrevistados oferecem serviço de entrega – no setor de serviços, esse índice cai para 17,1%.

Diante da iminência de zerar o caixa, os empreendedores foram perguntados sobre como pretendem pagar as dívidas. A maior parte – 39,8% – disse que espera uma ajuda do governo. Para 37,2, a saída vai ser negociar com fornecedores, enquanto 23,8% pretendem contratar um empréstimo bancário. Para 23%, a solução é não pagar, enquanto 14,9% devem demitir funcionários.

Para o diretor-superintendente do Sebrae-SP, o estudo da JP Morgan que inspirou a pesquisa mostra que, além do crédito, é fundamental que os empreendedores tenham educação financeira.

“A nossa pesquisa mostra que, de zero a 10, os donos de pequenos negócios dão nota média de 5,7 para seu conhecimento sobre fluxo de caixa. Por isso, nosso esforço no momento é dar oportunidades de capacitação online atendimento remoto para superarmos essa fase”, diz.

Hoje, São Paulo tem 4,2 milhões de pequenos negócios, que representam 5 milhões de vagas formais – o equivalente a 49% dos empregos no Estado.

Serviço

Para quem busca atendimento remoto de um consultor do Sebrae-SP, basta ligar para o telefone 0800 5700800 ou buscar informações no portal sebraesp.com.br. Já quem quer aproveitar o período para fazer cursos online, há 117 opções gratuitas disponíveis no endereço ead.sebraesp.com.br. Além dessas soluções, diariamente, às 17h, consultores fazem lives nas redes sociais do Sebrae-SP e respondem a dúvidas dos empreendedores.