A preocupação acerca dos crescentes índices da doença aumenta quando analisado o principal causador da condição: o contágio pelo chamado papilomavírus humano — conhecido como HPV.
Mais comum tipo de infecção sexualmente transmissível em todo o mundo, o vírus HPV atinge de forma massiva as mulheres. Segundo o Ministério da Saúde, 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus se dá na faixa dos 25 anos.
Após o contágio, ao menos 5% delas irá desenvolver câncer de colo do útero em um prazo de dois a dez anos, uma taxa que preocupa os especialistas.
“A cada ano, mais de 500 mil mulheres são diagnosticadas com câncer de colo uterino no mundo. Cerca de 300 mil óbitos ao ano são atribuídos a essa doença, o que configura um desafio na saúde mundial, apesar de se tratar de uma doença prevenível. Aproximadamente 90% dos casos ocorrem em países pobres ou emergentes, sobretudo por estratégias de implementação vacinal e programas de rastreio populacional inadequados. A mortalidade nesses países é cerca de 18 vezes maior que em países desenvolvidos. No Brasil, a taxa de mortalidade ajustada para a população mundial de 4,70 óbitos para cada 100 mil mulheres”, revela Michelle Samora, oncologista do Grupo Oncoclínicas.
Segundo a médica, esse tipo de infecção genital é muito frequente, o que pode ocasionar alterações celulares no corpo da mulher, evoluindo para um tumor maligno.
“O processo de oncogênese do HPV consiste em algumas etapas principais: infecção pelo HPV de alto risco oncogênico, acesso do vírus ao epitélio metaplásico na zona de transformação do colo uterino, persistência da infecção com integração do genoma viral ao DNA da célula hospedeira. A partir daí, o vírus passa a expressar suas proteínas relacionadas ao câncer, promovendo a imortalização celular. Como conseqüência, a depender da condição de cada indivíduo, ocorrerá o aparecimento das lesões precursoras ou mesmo o câncer”, explica.
Para a Dra. Michelle, a prevenção é um dos principais aliados no combate ao câncer de colo do útero.
Em complemento à prevenção primária, a médica destaca os exames periódicos para detecção da doença.
“Quando diagnosticado precocemente, é possível que haja uma redução de até 80% de mortalidade por este câncer. Considerando que o tumor de colo do útero é uma doença com sintomas silenciosos, muitas vezes as mulheres perdem a chance de descobrir a condição ainda na fase inicial. Sempre aconselho as mulheres a realizarem os exames como o Papanicolau periodicamente, para que aumentem as chances da doença ser diagnosticada precocemente”, explica Dra. Michelle.
Outros aspectos também estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença. “Genética e questões comportamentais – como consumo de álcool, cigarros e sobrepeso – são também considerados fatores de risco”, ressalta Diocésio Andrade que é diretor técnico e oncologista do InORP – unidade Oncoclínicas em Ribeirão Preto e também membro fundador do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA/GBTG).
Fique atento aos primeiros sinais
O tumor ocorre quando as células que compõem o colo uterino sofrem agressões causadas pelo HPV. Os primeiros sinais aparecem por meio de sangramento vaginal, seguido de corrimento e dor na pelve.
“Os sangramentos podem ocorrer durante a relação sexual, fora do período menstrual e em mulheres que já estão no período da menopausa”, diz a oncologista.
Quando detectado, os procedimentos para o tratamento do câncer são cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia.
“A cirurgia pode consistir na retirada do tumor ou na retirada do útero, o que pode impossibilitar a mulher de engravidar. Para os estágios mais avançados da doença, são recomendados os tratamentos de radioterapia e quimioterapia”, finaliza a Dra. Michelle Samora.
InORP – Unidade Oncoclínicas em Ribeirão Preto
Reconhecido por sua atuação de excelência, o InORP- Unidade do Oncoclínicas, há 35 anos, oferece atendimento integral, individualizado e acolhedor, nas especialidades de oncologia, hematologia, cuidados continuados, psicologia, nutrição, fisioterapia e centro de infusão. O instituto com sede em Ribeirão Preto atua com atendimentos de convênios e particulares.
Sobre o Grupo Oncoclínicas
Fundado em 2010, é o maior grupo especializado no tratamento do câncer na América Latina. Possui atuação em oncologia, radioterapia e hematologia em 11 estados brasileiros. Atualmente, conta com 67 unidades entre clínicas e parcerias hospitalares, que oferecem tratamento individualizado, baseado na melhor prática clínica.