A taxa de desemprego de estrangeiros nos Estados Unidos diminuiu de 4,1% para 3,5% de 2017 a 2018 segundo dados do Bureau of Labor Statistics dos EUA. Em 2018, a parcela da força de trabalho civil americana vinda do exterior aumentou para 17,4%, em 2017 foi de 17,1%, em 2000 era de 13,3%. Empresas brasileiras também estão empregando mais no território americano, demonstra estudo da Apex.
Os Estados Unidos vivem sua menor taxa de desocupação em quase 50 anos e os imigrantes estão tirando proveito deste cenário. Em Junho deste ano, a economia americana gerou 224 mil empregos, segundo estudo divulgado pelo Bureau of Labor Statistics nos EUA, o que incluiu postos para trabalhadores vindos do exterior, com destaque para brasileiros.
Segundo dados da pesquisa, em 2018 havia 28,2 milhões de pessoas nascidas no exterior integrando a força de trabalho dos EUA, o que significa 17,4% do total. Para o especialista em negócios internacionais, André Duek, que reside e investiga o mercado americano há quase 10 anos, esse contexto favorece o desempenho de brasileiros, que com sua criatividade e perfil empreendedor têm garantido mais espaço na terra do tio Sam.
“O sucesso de toda grande empresa depende, e muito, da força de trabalho que ela nutre. Em um país continental como os EUA e tão diverso do ponto de vista de imigração, o mercado está se adaptando esta globalização de talentos profissionais. Sem dúvida o perfil do brasileiro faz sucesso, pois este já chega no mercado americano disposto a dominar o inglês e muitas vezes o espanhol, com um perfil criativo e comunicativo”, pondera Duek.
EMPREGOS ‘MADE IN BRAZIL’
Dados do Mapa Bilateral de Investimentos Brasil / USA 2019, desenvolvido pela Apex-Brasil em parceria com o Brazil-U.S Business Council e a Amcham Brasil, divulgado este ano, mostram também uma alta na geração de empregos pelas empresas brasileiras presentes nos EUA. Empreendendo em diferentes setores como, metais, comércio atacadista e instituições financeiras, as afiliadas brasileiras empregaram 74.200 funcionários nos Estados Unidos em 2015 – dado mais recente divulgado até agora.
De 2009 a 2015, as empresas brasileiras nos Estados Unidos venderam significativamente mais internamente e geraram mais valor agregado nos Estados Unidos em comparação com outras economias, como Índia, China, Rússia e México. O Brasil foi o segundo país que mais gerou empregos, atrás apenas do México. Empresas brasileiras, em 2015, detinham US$ 102,2 bilhões em ativos nos Estados Unidos, o dobro de 2009.
“O recente posicionamento de empresas brasileiras no mercado americano, de forma mais planejada e perene, garantiu uma longevidade maior às iniciativas. Mais negócios consolidados, mais vagas de trabalho. É uma matemática exata que favorece a geração de empregos”, pondera André Duek, que auxilia na implementação estratégica de empresas no exterior.
BRASILEIROS MAIS ESCOLARIZADOS
De acordo com a pesquisa do Bureau, o percentual de estrangeiros que integrava o mercado de trabalho nos EUA e que possuíam um diploma de bacharel ou formação superior foi de 36,9%. Os que detinham diploma de ensino médio registraram 25,1% percentual muito próximo ao de americanos nativos com diploma e ensino médio de 25,6%.
“A oferta de vistos para profissionais estrangeiros altamente qualificados é uma das lógicas seguidas pelo Governo Americano para impulsionar o mercado com a utilização de mão de obra profissional vinda de fora. Talentos profissionais que não serão desperdiçados pela maior economia do mundo que precisa seguir crescendo”, pondera Duek.
Outro detalhe mostrado pelo estudo é que homens estrangeiros representaram 77,9% da mão de obra, enquanto nativos representaram 67,3%. A presença de mulheres estrangeiras no mercado de trabalho, no entanto, foi menor que a de americanas nativas, sendo 54,3% e 57,6% respectivamente.
VISTOS DE TRABALHO
Os Estados Unidos oferecem inúmeros vistos para profissionais que desejam ingressar no mercado. O visto H1-B, por exemplo, destina-se a trabalhadores estrangeiros qualificados para emprego temporário nos EUA. Profissionais especializados em áreas como TI, finanças, contabilidade, arquitetura, engenharia, matemática, ciências, medicina, entre outras, podem se valer deste visto.
Os vistos H2-A destinam-se para trabalhadores agrícolas estrangeiros temporariamente. Já o visto H-2B destina-se a trabalhadores temporários estrangeiros em campos não agrícolas para trabalhar nos Estados Unidos, como motoristas de caminhão, suporte de esqui, hotéis, resorts de praia ou parques de diversões. Os vistos P são usados, principalmente por artistas e atletas que irão aos EUA para compromissos temporários.
*Atuante há 33 anos no mercado nacional e internacional, André Duek é um empresário com experiência na gestão de grandes empresas no Brasil como as marcas de moda Triton, Forum e Tufi Duek. Também fundou a empresa de marketing esportivo SicilianoDuek. Nos EUA há 7 anos, consolidou, entre vários negócios de sucesso, uma boutique imobiliária e a primeira empresa de locação de motorhomes gerida por brasileiros no país. Fora do escopo empresarial, ainda foi comentarista esportivo nos canais ESPN Brasil, no grupo Bandeirantes e atualmente na nova plataforma global de streaming digital DAZN.