São Paulo, 1 de outubro de 2019 – Tratamentos inovadores com base em novas drogas, uso da imunoterapia como alternativa eficaz para combater alguns casos de cânceres e adoção de terapias combinadas foram alguns dos resultados positivos de estudos apresentados durante o ESMO Congress 2019, um dos maiores eventos de oncologia do mundo, organizado pela European Society for Medical Oncology entre os dias 27 de setembro e 1 de outubro, em Barcelona (Espanha).
Alguns dos melhores oncologistas do mundo se encontraram para discutir e conhecer os avanços e os mais recentes dados de estudos que poderão mudar as práticas relacionadas ao atendimento do paciente oncológico nos próximos anos. Oncologistas da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo estiveram em Barcelona para trazer os principais destaques apresentados e destacam alguns dos temas apresentados:
Medicações trazem ganho de sobrevida para pacientes de neuro-oncologia
- Camilla Yamada, oncologista clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, destacou dois estudos na área de neuro-oncologia que resultaram em aumento de sobrevida de pacientes:
- Um medicamento específico para ser adotado em casos de pacientes com câncer de pulmão, com metástase na meninge, mostrou-se eficaz, trazendo com ganho de sobrevida para o paciente.
- Outro estudo importante apresentou tratamento com medicação para casos de tumores primários do sistema nervoso central, o mais agressivo de todos. Associado à quimioterapia e radioterapia, o medicamento impede o crescimento de novas células cancerígenas, fazendo com que o paciente ganhe sobrevida
Imunoterapia em casos de câncer de fígado ainda precisam de novos estudos
- Segundo Fabio Kater, oncologista clínico da BP, muito se discute a respeito de avanços e alternativas para o tratamento de câncer primário do fígado, o hepatocarcinoma. Embora não tenha havido progressos significativos, há expectativa de que tratamentos à base de imunoterapia avancem para esses casos. Novas investigações estão sendo feitas e poderão trazer novidades nos próximos anos. Por enquanto, um estudo comparativo com o uso de medicamento padrão não conseguiu comprovar a eficácia da imunoterapia para esse tipo de tumor.
Radioterapia em casos de câncer de próstata pode ser reavaliado
- Havia controvérsia entre os médicos se valia a pena usar a radioterapia logo após a cirurgia de prostatectomia radical para casos de câncer de próstata. De acordo com Fábio Schutz, oncologista clínico da BP, comprovou-se que é seguro aguardar, avaliar o quadro e só optar pela radioterapia em casos específicos, quando o nível do antígeno prostático específico (PSA) voltar a subir. De acordo com o médico, é até mais seguro aguardar para evitar os efeitos colaterais trazidos pela terapia.
Novas drogas trazem sobrevida em casos de câncer de ovário
Novas drogas orais, combinadas com quimioterapia, trouxeram maior sobrevida para pacientes diagnosticadas com câncer de ovário, o mais grave tumor ginecológico, cuja taxa de sobrevida é de cerca de 50% em cinco anos. Graziela Zibetti Dal Molin, oncologista clínica da BP, explicou que, após esse tratamento combinado, as pacientes conseguiram viver mais e com qualidade.
E a combinação de imunoterapia e droga oral trouxe redução do tumor e maior sobrevida em casos de câncer de endométrio, o tipo mais comum encontrado em mulheres que vivem nos grandes centros urbanos. “Esses estudos deixam o cenário das pacientes com câncer ginecológico cada vez melhor, dando a possibilidade de viver com qualidade de vida”, explicou a oncologista da BP.
Drogas prolongam sobrevida de pacientes com subtipo de câncer pulmonar
- William Nassib William Júnior, diretor Médico de Oncologia Clínica e Hematologia da BP, comentou sobre dados positivos para o tratamento do câncer de pulmão de não pequenas células com mutação do gene EGFR. De acordo com o especialista, cerca de 15% dos pacientes têm essa alteração e estudos sobre uma droga oral de terceira geração, que leva ao controle da doença e sobrevida por tempo prolongado, foram apresentados durante o congresso e mostraram êxito. “Para se ter ideia, há 15 anos falava-se em meses de sobrevida e, hoje em dia, com novas tecnologias, é possível medir esse tempo em anos”, informa o oncologista.
Imunoterapia pode ser tratamento exclusivo para casos de câncer de pulmão
- A imunoterapia seguiu como tema expressivo das discussões, conforme William Nassib William Júnior. Uma das novidades apresentadas diz respeito a uma nova maneira de tratar o câncer de pulmão. Uma droga injetável reforça o sistema imunológico e faz o próprio organismo do paciente combater o tumor. Estudos mostraram que pacientes com doença avançada, sem tratamento prévio, talvez não precisem mais recorrer à quimioterapia, adotando apenas a imunoterapia.
Vacina HPV deve ser estendida entre novas faixas etárias
- Uma das apresentações comentadas por William Nassib William Júnior, diretor Médico de Oncologia Clínica e Hematologia da BP, foi a que comprovou a importância da vacinação contra o vírus do HPV para a prevenção de tumores. A nova proposta é ampliar o uso da imunização para adultos com idade mais avançada, pois a vacina também pode prevenir tumores de cabeça e pescoço. O HPV é o vírus que pode causar câncer de colo de útero em mulheres e já se sabe que tumores de orofaringe também podem ser causados pelo vírus.
Estudo francês pode alterar tratamento de câncer de cabeça e pescoço na terceira idade
- Um dos estudos que mais chamaram a atenção, segundo William Nassib William Júnior, foi o que fala de tratamento de pacientes diagnosticados com câncer de cabeça e pescoço em idade avançada. Realizada na França, a investigação contou apenas com pacientes idosos, que mantém uma boa capacidade funcional, ou seja, conseguem praticar atividades do dia a dia. Eles se beneficiam da quimioterapia aliada ao uso de medicamentos da mesma maneira que pacientes mais novos. “Esse resultado é extremamente importante, pois impacta diretamente em nossa prática clínica diária, trazendo benefícios para pessoas em idade avançada”, explicou o oncologista.
Imunoterapia pode ser resposta para câncer de colo de útero
- A imunoterapia colocada no centro do tratamento do câncer de colo uterino em fase metastática pode ser a resposta que faltava para pacientes que se enquadram nesse cenário. Graziela Zibetti Dal Molin, oncologista da BP, explicou que uma combinação de duas drogas imunoterápicas, sem o uso de quimioterapia, poderá trazer uma luz para esses casos. O câncer de colo de útero é o terceiro mais comum no Brasil, perdendo só para tumores localizados na mama e no pulmão. Se diagnosticado no início, as chances de cura podem chegar a mais de 90%. “Mas infelizmente a grande maioria das mulheres é diagnosticada em fase muito avançada da doença, em que as chances de cura são baixas”, explicou a médica.
Imunoterapia aliada à quimioterapia para câncer de mama aumenta respostas positivas
- Muito se falou no congresso em combinação de imunoterapia e quimioterapia para pacientes que têm câncer de mama em estágio inicial. Conforme Graziela Zibetti Dal Molin, oncologista da BP, ainda são análises introdutórias, mas, aparentemente, a imunoterapia será incorporada em algum momento inicial do tratamento dessas pacientes, podendo mudar a história de vida dessas mulheres. “Temos a imunoterapia aprovada em casos de câncer metastático e isso vem sendo extrapolado em outros cenários”, explicou a médica. Outros estudos mostraram dados de combinações de drogas orais associadas com quimioterapia em pacientes com mutações hereditárias. Neles, houve um aumento de taxa de resposta, comprovando que o caminho para o tratamento do câncer de mama tem se expandido, trazendo novas opções terapêuticas, que eliminam a quimioterapia e podem aumentar a sobrevida.
Esses foram alguns dos destaques apresentados durante o ESMO Congress 2019. Diversos vídeos trazendo as novidades do congresso podem ser conferidos no Crescer Juntos, um hub de conteúdos de saúde produzidos pelos médicos da BP a partir da participação em diversos eventos médicos internacionais. Também colocamos nossos diversos especialistas à disposição para entrevistas em primeira mão sobre esses e outros temas discutidos no evento.
Sobre a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo
A Beneficência Portuguesa de São Paulo agora é BP, um polo de saúde moderno e atualizado que valoriza a vida de todos e de cada um. Composto por 4 hospitais com foco em alta complexidade e que atendem diferentes perfis de clientes e outros 3 serviços que contemplam medicina diagnóstica, atendimento ambulatorial e educação e pesquisa, a BP compreende mais de 220 mil m² construídos, 7.500 colaboradores e 4.500 médicos distribuídos em 8 edifícios e cerca de 50 clínicas nos bairros da Bela Vista, onde são concentrados os serviços privados, e da Penha, onde são oferecidos os serviços para clientes regulados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O polo de saúde é composto pelo Hospital BP, referência em casos de alta complexidade, pronto-socorro geral e corpo clínico especializado para clientes de planos de saúde e particulares; pelo BP Mirante, hospital que oferece um corpo clínico renomado, pronto atendimento privativo, hotelaria personalizada e cuidado intimista para clientes particulares e de planos de saúde premium; pelo BP Essencial, hospital que tem foco na qualidade assistencial e oferece acomodações compartilhadas para clientes de planos de saúde básicos e particulares; pelo BP Hospital Filantrópico, que oferece cuidado humanizado e eficaz para clientes regulados pelo Sistema Único de Saúde (SUS); pela BP Medicina Diagnóstica, um completo e atualizado centro de diagnósticos e de terapias, que oferece exames laboratoriais, de imagem, métodos gráficos e de todas as outras especialidades diagnósticas; pelo BP Vital, um conjunto de iniciativas da BP com foco em promoção de saúde por meio do cuidado integral, num um olhar atento e acolhedor da instituição para fora dos seus muros, contribuindo para a melhoria das condições de saúde da população como um todo; e pela BP Educação e Pesquisa, tradicional formadora de profissionais de saúde que capacita profissionais por meio de cursos técnicos e de pós-graduação, residência médica, eventos científicos e é responsável por gerenciar mais de 100 estudos e pesquisas na área da saúde com o intuito de contribuir para a evolução da Medicina no País.