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FALTA DE PLANEJAMENTO PREJUDICA MOBILIDADE URBANA

A greve de cobradores e motoristas de ônibus, realizada em São Paulo no último dia 6 de setembro, que impactou o trânsito na capital paulista, trouxe à tona uma questão muito comum nas metrópoles brasileiras: os problemas de mobilidade urbana.

Segundo o diretor da Federação Internacional Imobiliária (Fiabci/Brasil) e da empresa Sobloco, Luiz Augusto Pereira de Almeida, a atual estrutura viária de São Paulo é insuficiente para cobrir as demandas de deslocamentos da população paulistana. “Temos ruas planejadas há décadas, para o trânsito de uma quantidade determinada de carros por hora, mas que, em determinados momentos, recebem o triplo desse total. Corredores de ônibus, em horários de pico ficam congestionados”, comenta Almeida. “A Av. Brig. Faria Lima é exemplo vivo disso, pois o corredor, nesses horários, não funciona. Muitas vezes mais de 30 ônibus ficam parados um atrás do outro, impedindo o acesso para ruas do interior do bairro. Não há inteligência nisso”, completa.

Ainda de acordo com Almeida, não existe solução de mobilidade em curto prazo. “Soluções para esses problemas precisam ser baseadas no planejamento urbano, com uma visão a longo prazo, pois algumas delas são caras e podem demorar anos para serem concluídas”, afirma.

Para cidades com forte adensamento urbano e recursos financeiros, o metrô é uma boa opção, justamente por ser rápido, seguro e eficiente. O problema é que é caro e demora para ser construído. Dependendo do tamanho e complexidade, o quilômetro construído pode custar milhares de dólares. Para se ter uma ideia, no caso da linha 4 do metrô de SP, o valor médio é de US$ 220 milhões.

Os corredores de ônibus são mais viáveis, mais rápidos para ser implementados e com menor custo (cerca de US$ 10 milhões por quilômetro, em média), mas precisam ser implementados de modo que os motoristas optem por trocar seus carros pelo coletivo. Isso, sem falar na qualidade do veículo.

Há, ainda, outras opções que estão sendo adotadas no Brasil, como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que enfrenta dificuldades de implantação por causa dos custos, mas que têm apresentado bons resultados para deslocamentos curtos.

Formas alternativas estão sendo adotadas pelas pessoas, como patinetes elétricos e bicicletas pay-per-use, mas que encontram limitações pela falta de segurança. Para se ter uma ideia, foram construídos mais de 400 km de ciclovias em São Paulo, mas 90% delas são ciclofaixas, que apesar de baratas e de fácil implementação, são inseguras e de difícil manutenção.