Pacientes oncológicos podem contar com mais um aliado no tratamento do câncer de mama, que, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), somará 59,7 novos diagnósticos até o final do ano no Brasil.
Aprovado pela Anvisa no último mês de maio de 2019, o Herzuma é uma nova terapia-alvo. Trata-se de um anticorpo, biossimilar ao trastuzumabe, indicado para o tratamento do câncer de mama HER2+, que manifesta tumores de rápido crescimento e mais agressivos quando comparados a outros tipos de câncer mamário.
O medicamento também foi recentemente aprovado pela FDA (Foods and Drugs Administration), nos EUA. No Brasil, após a aprovação da Anvisa, o Herzuma precisa ser aprovado pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), responsável por precificar a droga antes de sua comercialização no país. A expectativa é que a nova opção para tratamento esteja disponível em breve.
Como o biossimilar Herzuma funciona?
Diferentemente dos fármacos elaborados a partir de substâncias químicas, os biossimilares são compostos biológicos (em geral proteínas ou outras moléculas grandes) criados em organismos vivos e, posteriormente, extraídos e empregados clinicamente no tratamento de doenças.
O Herzuma foi criado para se tornar uma espécie de anticorpo, capaz de impedir a multiplicação das células cancerígenas sem prejudicar as demais células saudáveis. Após seus testes, o medicamento é indicado para pacientes acometidas com o câncer de mama HER2+ em diferentes fases (doença metastática ou não), mesmo que já tenham passado por cirurgias. Ele também poderá atuar em conjunto ou complementação da radioterapia e quimioterapia.
A nova opção para o tratamento será, quando aprovada pelo Cmed, comercializado pela empresa de biotecnologia Biomm, em parceria com Celltrion Healthcare, empresa sul-coreana biofarmacêutica.
Os tratamentos disponíveis para o câncer de mama no Brasil
Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores as chances de um tratamento bem sucedido contra os diferentes tipos de câncer de mama, que atinge principalmente as mulheres mas também pode acometer os homens. Por isso o autoexame constante é de extrema importância, assim como a realização periódica da mamografia, de acordo com a recomendação médica.
Os tratamentos podem ser divididos em duas categorias:
Tratamentos Locais
São os procedimentos aplicados diretamente na localização do tumor.
– Cirurgia: remoção do tumor e tecidos comprometidos. Graças à evolução da técnica, nem sempre é necessário remover toda a mama. Mesmo que isso aconteça, é possível reconstruir o seio por meio de uma cirurgia reparadora. Para a recuperação, é necessário repouso e reabilitação funcional, com a fisioterapia domiciliar ou em clínica no pós-operatório.
– Radioterapia: aplicação de radiações específicas que inibem o crescimento das células cancerígenas. Os mais tipos mais comum de radiações indicadas são os raios gama, raios X ou aplicação de elétrons.
Tratamentos Sistêmicos
São aplicações de medicamentos que podem ser feitos na corrente sanguínea ou via oral para atingir as células cancerígenas da mama.
– Quimioterapia: aplicação sistêmica de medicamentos, por via oral ou intravenosa, que atuam na inibição das células cancerígenas por todo o corpo. Pode ser recomendada como tratamento principal, antes de cirurgias para a diminuição de tumores e após o procedimento para evitar seu reaparecimento.
– Terapias-alvo: atacam um alvo molecular específico presente no tecido adoecido, como uma espécie de tratamento personalizado.
– Terapia hormonal: geralmente utilizada como terapia adjuvante, a hormonioterapia atinge células cancerígenas em qualquer parte do corpo, evitando que elas se alimentem de hormônios e continuem se desenvolvendo.