O movimento não obteve sucesso em seus objetivos, porém provocou considerável ‘chacoalhão’ no governo em exercício na época. Depois de quase 40 anos São Paulo e Minas Gerais perderam sua hegemonia no poder federal, derrotados na Revolução de 30 pela Aliança Liberal, ou todos aqueles que estavam cansados das oligarquias agrárias ditando as regras políticas (industriais, fazendeiros dissidentes, intelectuais, militares, etc).
O líder político hábil da coisa toda, Getúlio Vargas, eliminou quase todos os resquícios da chamada República Velha, a começar pela Constituição de 1891. Em meio a tantas mudanças ditadas e cravadas pelo próprio Vargas, o estado paulista teve seu governador trocado por João Alberto Lins de Barros, tenentista pernambucano (chamado de interventor).
Tal medida, aliado ao relativo abandono da agricultura cafeeira por parte do governo federal, estremeceu a relação entre São Paulo e o presidente. Manifestações públicas contrárias a essas mudanças resultaram na morte de quatro estudantes – Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo – insuflando a população contra Getúlio.
Patrocinado por doações em dinheiro e joias de famílias, o exército paulista formou um contingente de 40 mil combatentes, a esmagadora maioria voluntários, contra 100 mil das tropas federais fortemente treinadas e armadas. Tinham como objetivo invadir a capital Rio de Janeiro e depor o presidente.
Porém ocorreu o inverso: impedido de avançar nas fronteiras dos estados de MG, PR além do próprio RJ, foram cercados e aniquilados 3 meses depois do início do conflito.
Ao final, com mais de 2 mil mortos e várias cidades bombardeadas por aviões (Santos Dumont não suportou os horrores causados por sua criação e se enforcou), São Paulo foi derrotado no campo de batalha, no entanto contribuiu para Getúlio promulgar a Constituição de 1934, um documento que propunha, pelo menos em partes, a tão sonhada democracia.
A agricultura não foi de todo esquecida pelo governo, mas houve um grande avanço no já conhecido parque industrial do estado.
Gabriel C. Ogata Nogueira, professor de História e História da Arte na escola Centro Educacional Ana Lelis Santana e Instituto Social Ana Lelis Santana.
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