O mês de julho foi escolhido para conscientizar a população sobre os cânceres de cabeça e pescoço, tipos que atingem 41 mil de brasileiros por ano, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP). De acordo com o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, oito em cada dez diagnósticos têm a ver com o cigarro: a pessoa é ou já foi fumante. A pesquisa menciona ainda que o consumo de bebida alcoólica está presente em 50% dos casos positivos.
Janaína Jabur, média oncologista da Aliança Instituto de Oncologia, explica que esse tipo de câncer engloba os tumores da cavidade nasal, seios da face, boca, laringe e faringe e, portanto, os sintomas vão depender do local acometido. “Normalmente, o paciente sente alguma área endurecida ou uma ferida persistente, dolorosa e sangrante, que prejudica a fala e/ou a alimentação”, destaca. A especialista complementa “outros sinais incluem aumento de ínguas no pescoço, dor na garganta, no ouvido ou na cabeça”.
Dra Janaina esclarece que a doença tem tratamento e apresenta grandes chances de cura. Ela pontua que a depender do local do tumor, o paciente pode ser submetido à cirurgia ou radioterapia exclusivos e/ou acompanhado de quimioterapia ou drogas biológicas. “Em casos avançados, onde há presença de metástases, lançamos mão de tratamento com quimioterapia e mais recentemente, imunoterapia”, comenta.
A médica afirma que não existem exames de rastreamento para esse tipo de câncer. “A prevenção é o melhor caminho”, ressalta a especialista. Para a oncologista, a principal medida para a prevenção do tumor é o controle dos fatores de risco, como a interrupção do tabagismo e consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
Outro fator de risco importante é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, mesmo que causa câncer de colo de útero, canal anal, pênis, vagina e vulva e é transmitido por via sexual. Portanto, recomenda-se o uso de preservativo durante as relações sexuais como forma de reduzir o risco de infeção por este vírus. “A vacinação contra o HPV para meninas e meninos, que é fornecida pelo Sistema Único de Saúde, também deve ser fomentada”, finaliza Dra Janaina.