Assintomático e de baixa incidência. Apesar do câncer de bexiga ser pouco conhecido, ele tem atingido um número expressivo de pessoas no país, acometendo em sua maior parte homens, brancos e idosos acima de 65 anos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), até o final de 2019, serão 9.480 mil novos casos da neoplasia, sendo 6.690 em homens e 2.790 em mulheres.
“Mais de 50% dos casos de câncer de bexiga estão associados ao tabagismo sendo ele ativo ou passivo. Outras condições, como inflamações crônicas do trato urinário, exposição prévia à quimioterapia e radioterapia e a substâncias tóxicas – sobretudo derivados do petróleo – também estão na lista de fatores de risco”, explica Cristiane Mendes, oncologista do InORP Grupo Oncoclínicas.
A médica reforça ainda que algumas profissões têm risco maior de desenvolver o câncer. “Metalúrgicos, pintores, trabalhadores da indústria da borracha, do couro, têxteis e elétricos, mineradores, profissionais que utilizam cimento, operadores de transporte, de máquinas, escavação e trabalhos que envolvem fabricação de tapetes, tintas, plásticos e produtos químicos industriais, devem dar prioridade na prevenção”.
Sintomas
O câncer de bexiga, em uma fase inicial, se apresenta como uma lesão superficial e, portanto, o paciente pode estar assintomático. Quando o tumor atinge camadas mais profundas do órgão e invade vasos sanguíneos, músculos e nervos, o paciente poderá apresentar sintomas como sangramento visível ao urinar, ardência e dor na região da pelve. Se o tumor estiver mais avançado poderá comprometer órgãos vizinhos – gerando dor retal e óssea, fadiga relacionado à anemia, inchaço nas pernas e alteração do funcionamento do intestino.
Diagnóstico
Diante da suspeita de tumor de bexiga, é realizado um exame -cistoscopia – em que o urologista visualiza o órgão por dentro e colhe biópsias da área suspeita. Exames de imagem e exames de sangue completam o estadiamento da neoplasia.
Tratamento
Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as chances de cura. Os tratamentos vão desde cirurgia – com retirada parcial ou total da bexiga, dependendo de quão acometido está o órgão. Após a cirurgia pode ser necessário tratamentos complementares – como imunoterapia ou quimioterapia.
Para tumores avançados ou na situação em que o paciente não tem condições de ser submetido a uma cirurgia radical, é possível o tratamento com radioterapia associado ou não a um quimioterápico. “É importante lembrar que imunoterapia ou quimioterapia também são opções no cenário onde a doença gerou metástases para outros órgãos”, ressalta Dra. Cristiane. Outras condições benignas podem causar sangramento na urina, dentre elas: infecção do trato urinário, pedra nos rins, inflamação da próstata, bexiga ou uretra. “Diante qualquer alteração do hábito urinário é importante que se faça investigação o mais precocemente possível”, reforça a médica.
Legenda: Cristiane Mendes, oncologista do InORP/Grupo Oncoclínicas alerta sobre o Câncer de Bexiga. Foto: Renato Lopes