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TEATRO EM GUAÍRA: TERRENAL – PEQUENO MISTÉRIO ÁCRATA

A atração do mês de maio no Circuito Cultural Paulista em Guaíra será a peça teatral com título “Terrenal – Pequeno Mistério Ácrata”, que será apresentada na sala do teatro Abraão Cury, na Casa de Cultura Professor João Augusto de Mello a partir das 19h30 de domingo, dia 12 de maio. Os ingressos ingressos devem ser retirados com antecedência na Casa de Cultura a partir de quinta-feira, dia 9 de maio.

O evento está sendo realizado pela Prefeitura em parceria com Ministério da Cidadania, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa e Lwart Lubrificantes. A peça dirigida por Marco Antônio Rodrigues tem a censura de 16 anos e entrada gratuita.

O drama Terrenal — Pequeno Mistério Ácrata, do argentino Mauricio Kartun traz à tona uma parábola inspirada em elementos bíblicos e de associação imediata com a polarização e a intolerância da sociedade atual.

No enredo Caim é o irmão mais velho, aquele que assumiu o controle das terras da família e se tornou um orgulhoso produtor de pimentões. Capitalista ferrenho, ele não entende Abel, o caçula, apreciador do ócio, que vende iscas aos pescadores e perturba a sua paz como vizinho do mesmo lote.

O retorno do pai, o Tata, depois de duas décadas, sepulta qualquer chance de uma convivência amistosa entre os dois. Omisso, Tata percebe a relação tempestuosa entre os filhos, mas lava as mãos como se nada tivesse a ver com isso.

Marco Antonio Rodrigues criou uma encenação que resvala o tempo inteiro do trágico iminente para o cômico inevitável.

Por meio de uma linguagem cênica que prioriza a comicidade, a tragicomédia e Terrenal poetiza sobre a história de ódio entre dois irmãos, e aponta, em um pano de fundo, conflitos sociais.

O texto bíblico do livro de Gênesis narra o que é considerado o primeiro assassinato do mundo, mas a peça vai além – usa esta potência do conflito para falar de assuntos contemporâneos que envolvem justiça, riquezas e visão de mundo.

Em um fracassado loteamento, Caim e seu irmão Abel desenvolvem uma versão conturbada do mito bíblico: a dialética história entre o sedentário e o nômade. Dois irmãos em peleja que compartilham um mesmo terreno baldio dividido e que jamais poderão construir uma morada comum.

O texto original é de Mauricio Kartun – considerado um dos mais importantes dramaturgos da Argentina e uma referência no teatro latino-americano. Terrenal foi traduzido para o português por Cecília Boal, viúva de Augusto Boal, principal liderança do Teatro de Arena (SP) na década de 1960.

Desde a sua estreia em terras portenhas em 2014, Terrenal tem se mostrado um fenômeno da cena teatral independente da Argentina.