Mesmo vivendo um momento de expressiva inovação tecnológica. As empresas estão, cada dia mais, cientes da importância de cuidar da saúde de seus colaboradores.
A saúde deve estar no centro do planejamento estratégico para que os empresários assumam um papel cada vez mais importante na gestão de saúde, buscando alternativas e ações de prevenção e garantia de bem-estar no ambiente de trabalho.
Neste contexto se encaixa a saúde mental dos colaboradores. Estamos diante de uma triste realidade de aumento de incidência de casos de transtornos e doenças mentais no ambiente corporativo, grande número dos afastamentos são relacionados a estas causas e é preciso enfrentar esta situação.
O tema é de tal relevância e seriedade que é tratado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) no Plano de Ação Integral sobre Saúde Mental 2013-2020 que reconhece o papel da saúde mental na consecução da saúde para todos as pessoas.
Também a ONU (Organização das Nações Unidas) com o programa “Transformando o nosso mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” apresenta no objetivo 03 – SAÚDE E BEM ESTAR – a meta de reduzir mortalidade e promover saúde mental e bem-estar.
Ter saúde mental no ambiente de trabalho significa ser capaz de desempenhar bem as atividades, desenvolver potencial criativo, nutrir bons relacionamentos, ou seja, trabalhar com prazer e com
um senso de propósito!
As empresas que representam algum tipo de risco para a saúde mental de seus colaboradores são aquelas que exigem desempenho, cumprimento de metas e resultados sem lhes oferecer a contrapartida de estrutura, condições e ferramentas necessárias.
Há diversas situações relacionadas ao ambiente de trabalho que podem ocasionar transtornos mentais, tais como:
Jornada de trabalho exaustiva;
Metas inatingíveis;
Comunicação falha;
Falta de definição das funções, falta de feedbacks;
Gestão estratégica ineficaz;
Assédio moral e perseguição;
As principais doenças mentais são depressão, ansiedade, síndrome do pânico, esgotamento profissional (burnout), entre outros. As consequências no desempenho das atividades são prejudiciais, pois o profissional sofre um desgaste que compromete suas funções cognitivas, com falta de atenção, falta de concentração e falhas de memória, quadros de desânimo e baixo rendimento.
O efeito negativo para a empresa é evidente, dentre os principais problemas vale ressaltar o absenteísmo, os afastamentos, falta de produtividade, pedido de demissão, perda de conhecimento organizacional, atividades eivadas de erro e má decisões, e, ainda, há os efeitos de aumento de sinistralidade de planos de saúde.
Reconhecer que transtornos mentais não são estigmas sociais ou fraquezas das pessoas, mas sim doenças que devem ser prevenidas e tratadas adequadamente é o primeiro passo para buscar alternativas de promoção de saúde, cuidado e bem-estar.
É papel das empresas identificar e implementar ações de prevenção e redução dos fatores de risco à saúde mental no ambiente de trabalho.
E o mais importante: É possível garantir um ambiente de trabalho saudável com ações simples:
Difundir no ambiente de trabalho uma cultura participativa, com respeito, igualdade e justiça nas relações de trabalho;
Disponibilizar ambiente, estrutura e equipamentos adequados às rotinas de trabalho;
Definir estratégia e objetivos e divulgar de forma clara para todos os colaboradores;
Implementar feedback periódico com os gestores para que o colaborador sempre saiba o que é esperado de seu desempenho;
Boa gestão de desempenho para evitar horas extras e solicitações de tarefas sem que o colaborador tenha tempo hábil para executá-las;
Incentivar atividades físicas e programas de ginástica laboral;
Incentivar alimentação saudável, pois um corpo bem nutrido tem mais energia para enfrentar os desafios diários;
Oferecer palestras e treinamentos motivacionais;
Ter um canal aberto de conversa com psicólogos ou gestores de recursos humanos para identificar e tratar quaisquer indícios ou sintomas de transtornos;
Uma maneira de medir o resultado destas ações e saber se estão surtindo o efeito esperado é conduzir periodicamente uma pesquisa de clima organizacional.
Seja para uma pequena empresa ou grandes corporações, as ações de promoção de saúde mental e bem-estar são de suma importância para os colaboradores, mas também para a performance financeira, pois levam à maior produtividade, criatividade e satisfação.
As políticas de promoção de saúde mental e bem estar só trazem vantagens para as empresas que as implementam, uma vez que refletem como o colaborador se sente em trabalhar na empresa e quão motivado E COMPROMETIDO está para realizar suas tarefas com alta performance e isso gera um impacto positivo na rentabilidade e no ranking da empresa como um ótimo lugar para trabalhar.
Enfim, cada organização é única e requer uma análise detalhada das necessidades para que seja definida uma política de promoção de saúde mental e bem-estar, só não vale ficar parado, então, mãos à obra!
(*) Elaine Alcântara é diretora-geral da ITMS do Brasil e possui mais de 20 anos de experiência na área de gestão da saúde por meio da telemedicina