Não há dúvida de que o agronegócio tem enorme importância para a economia brasileira. Estima-se que mais de 20% de todo o PIB brasileiro seja oriundo dessa atividade, que se encontra em plena expansão, mesmo durante a crise que o país atravessa.
É verdade também que tem sido crescente o incentivo por práticas agrárias mais conscientes e para que haja um desenvolvimento sustentável do agronegócio. Neste sentido, sabe-se que a sustentabilidade favorece não só o meio ambiente, mas também aumenta a produtividade e reduz os gastos futuros.
Dentre os diversos setores do agronegócio, a pecuária é um dos que está em maior relevância quando se discute a questão ambiental. Nesta seara, entretanto, ainda é muito comum o desrespeito às leis ambientais.
Raramente, se pune algum tipo de crime ambiental no país. Aliás, quando isso acontece, as punições são relativamente brandas, as medidas de reparação exigidas não são postas em prática ou não conseguem recuperar a área degradada.
Muito precisa ser melhorado nesse aspecto. O Brasil possui mais da metade de seu território coberto por vegetação nativa, isso é maior que a área dos países que compõem a União Europeia. A questão ambiental está intrinsecamente ligada ao problema do “desmatamento” que está entre as principais consequências negativas da atividade agropecuária no país.
Enfim, não há dúvida de que o agronegócio é um dos setores mais relevantes para a economia e que deve ser incentivado, contribuindo com empregos e com o desenvolvimento do país, entretanto, se tudo continuar como está (e pior com a atual política ambiental, com a tendência de piorar), no futuro faltará água potável; terras livres de poluentes para o cultivo da agricultura e os animais pertencentes à cadeia alimentar humana se extinguirão, fazendo com que o ser humano passe dificuldades que podem até causar uma crise mundial.
Armando Rovai é professor de direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie e doutor pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
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