A interpretação de texto é a base para muitas atividades do dia a dia, como leitura e escrita de mensagens no celular, posts nas redes sociais, placas de sinalização de trânsito e transportes coletivos, entre outras. Já para o aprendizado, isso é fundamental.
Uma pesquisa realizada pela EduQC, metodologia de estudo autodidata com base em inteligência artificial, constata que se aprende com mais eficiência estudando por meio de conteúdos em texto. Dessa forma, a interpretação se faz necessária para absorver os conteúdos de outras disciplinas.
Ainda segundo o levantamento, cerca de 35% dos alunos têm um nível de português entre rudimentar ou elementar, ou seja, insuficiente, já 48% apresentam um nível intermediário e apenas 17% podem ser considerados proficientes. Essa dificuldade se atribui aos seguintes pontos: Qualidade do ensino, aluno não saber estudar e falta de leitura.
O foco da educação tradicional na figura do professor está ultrapassado. A melhor forma de estudar não é em uma sala de aula, aprendendo apenas por osmose de uma pessoa, mas sozinho. Nesse processo, o papel do professor precisa ficar claro: ele não deve ser visto como um detentor do conhecimento, mas sim como um facilitador de aprendizado.
Dois conceitos são essenciais: o hábito e o método. O hábito é uma consequência da repetição diária, que diminui a força de vontade necessária para realizar nossas atividades. Se você não tem o hábito de forrar sua cama, isso pode ser uma atividade cansativa. Mas se você tem o hábito de fazer isso todos os dias após acordar, você faz e nem sente que está fazendo. Com estudos não é diferente. Deve-se cultivar um hábito diário, de preferência com rituais (limpar a mesa, tomar um café etc) que condicionam o seu cérebro.
E na outra ponta temos o método. Há elementos que devem ser incorporados ao método, sem isso se torna impossível se manter motivado, como avaliações contínuas, por exemplo. Quando o aluno não mede seu desempenho, ele se sente perdido, pois não sabe se está melhorando ou não. Já o contrário é extremamente motivante: estudar e medir que melhorou desencadeia gatilhos no nosso cérebro que nos mantém motivados.
Com hábito e método, mesmo uma hora por dia no longo prazo produz resultados notáveis. Ao estudar compreensão e interpretação de textos, o aluno conseguirá produzir seu próprio material. Tempo é um recurso escasso, então, o aluno tem de encontrar formas de tirar o melhor proveito de cada hora que dedica para estudar. Uma pessoa mediana leva dois meses estudando 1h líquida todo dia para se tornar proficiente (top 17%) em interpretação. Já para português, o ideal é de 10 meses a um ano.
Geralmente esse problema vem de séries iniciais, na qual raramente o aluno é motivado a ler, não conseguindo identificar na leitura as informações mais importantes para a compreensão do texto. A habilidade é necessária e é ela que vai ajudar muitas pessoas conseguirem espaços melhores na escola, na faculdade e no mercado de trabalho, então é essencial dedicar um tempo para evoluir nesse quesito.
*Victor Maia é CEO da EduQC, metodologia de estudo autodidata com base em inteligência artificial.