*Por Guillermo Bracciaforte, cofundador da Workana
Apesar de o Brasil ter, atualmente, mais de 13 milhões de brasileiros desempregados, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), muitos desses profissionais não ficam parados. É o que mostra o Relatório de Trabalho Independente e Empreendimento 2018, feito pela Workana, onde aponta que, no ano de 2017, a atividade cresceu 80%.
Essa ascensão é constante: em 2016 o crescimento foi de 181% e só nesse primeiro semestre de 2018 já temos 70% de freelancers a mais em toda a América Latina. Mês a mês, cerca de 100 mil profissionais participam da plataforma, em busca de trabalhos remotos. As áreas de tecnologia e marketing são as que mais contratam.
Conforme dado divulgado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é o terceiro país com mais profissionais autônomos do mundo. São mais de 1,3 milhão de pessoas que representam 32,9% da força de trabalho remoto nacional, número inferior apenas ao de Colômbia (51,3%) e Grécia (34,1%).
O empreendedorismo, mais do que alternativa encontrada pelos que perderam seus empregos ou por aqueles que buscam uma fonte de renda extra, é uma filosofia de vida. O desejo de empreender nasce da vontade de deixar uma marca positiva na sociedade e, no caso específico do trabalho freelance, de dar ao mercado o que se tem efetivamente de melhor. É, portanto, um caminho profissional bastante prazeroso e gratificante.
Outra boa notícia para quem cogita ser freelancer é que a internet tornou tudo mais fácil, além de os “freelas” encontrarem projetos através de plataformas como a Workana, aplicativos de transporte que conectam usuários a motoristas também têm sido uma solução muito procurada por quem precisa de renda extra ou está sem emprego. Só no Brasil, a Cabify cresceu 20 vezes em 2017 – se comparado a 2016 – em número de viagens feitas e faturamento, chegando a mais de três milhões de usuários no país.
Atividade que também vem se destacando atualmente é do artesanato. Com uma busca constante de consumidores que gostam de produtos feitos à mão e sob demanda, o Elo7, marketplace de produtos criativos e autorais, possui 90 mil vendedores ativos, em 3,7 mil cidades do Brasil. Desde sua criação, em 2008, apresenta crescimento de 45% ao ano em relação ao número de lojistas.
Tudo isso está impulsionando o crescimento do trabalho freelancer e mudando a forma como as corporações enxergam essa prática. Além de promover redução de custos fixos, o investimento nessa categoria permite que a empresa contrate de acordo com projetos específicos, o que lhe dá a vantagem de encontrar o profissional ideal para cada demanda. O trabalho autônomo, portanto, não é mero paliativo. É uma das marcas deste século.
*Guillermo Bracciaforte é cofundador da Workana, plataforma que conecta freelancers a empresas em toda a América Latina.