A adolescência é uma fase de grandes transformações, tanto físicas quanto psicológicas. Esse é o momento em que muitas pessoas formam a sua personalidade, seu caráter, decidem como será o seu futuro; e dentre tantas pressões sociais, muitos jovens insistem em fazer cirurgias plásticas para remodelar o corpo de acordo com aquilo que acham o ideal.
O que os pais devem fazer? Dizer “sim”? Dizer “não”? Qual a melhor maneira de lidar com essa situação?
Há de se observar que existem diferentes tipos e questões para tais cirurgias, como deformidades causadas por algum tipo de problema — como as da face, que podem causar dificuldades respiratórias ou alimentar.
Há ainda de se observar que algumas podem ser mais estéticas, como a rinoplastia, que pode corrigir a aparência do nariz “quebrado” ou grande; e outras se fazem cada vez mais necessárias, como as de oftalmologia. “Sabemos que a adolescência é um momento muito complicado para os jovens, pois estão decidindo o que querem de suas vidas agora e podem ser arrepender.
O melhor caminho é a conversa”, diz Arnaldo Korn, diretor do Centro Nacional — Cirurgia Plástica. Por isso é essencial que os pais participem desse momento em uma conversa franca e aberta.
Aliás, as cirurgias corretivas não são apenas uma moda entre os jovens; afinal, elas podem mexer com a autoestima e a saúde.
As famosas “orelhas de abano”, que provocam apelidos como “Dumbo”; seios grandes demais a ponto de prejudicarem a coluna; excesso de pele por causa do emagrecimento; são exemplos de um desconforto que pode ser ainda maior do que o problema e são, na opinião do diretor, bons motivos para que se recorram às cirurgias plásticas. Por isso os pais precisam ficar atentos aos questionamentos dos filhos e saber os verdadeiros motivos que o fazem sonhar com a cirurgia plástica.
“A decisão de se transformar algo no corpo só porque um amigo mudou jamais deve ser argumento para a realização de um procedimento”, afirma o diretor.
O médico cirurgião é o único que poderá avaliar sobre a real idade do corpo, pois apesar de adolescentes, alguns já são fisicamente homens e mulheres completos e bem-desenvolvidos — portanto, estão aptos a passar pelo bisturi sem grandes consequências posteriores.
Ainda assim, os jovens precisam entender também que poderá haver uma mudança de peso com o passar dos anos, o que muda a silhueta. Aliás, não somente esse fator, mas diversos outros ao longo da vida podem fazer o organismo mudar e eventualmente os jovens não gostarem mais novamente de sua aparência.
O importante é que os pais tenham essa conversa com seus filhos assim que surgir o questionamento sobre o corpo; afinal, independentemente da realização ou não da cirurgia plástica, o principal ponto é fazer com que a pessoa se sinta confortável, feliz e satisfeita com o corpo que possui.