A odontologia avançou muito em tecnologia e técnicas. Isso é inegável. O salto nos últimos anos foi considerável e os reflexos foram extremamente positivos para a saúde bucal das pessoas.
Atualmente, há uma gama de possibilidades para que o sorriso se torne um orgulho e não um problema.
Por outro lado, ainda há muitas dúvidas, incertezas e mistificações que prejudicam o acesso da população a esse universo odontológico inovador e de resultados.
As inseguranças sobre o tema começam cedo, já na infância, justamente uma das fases mais importantes para o trabalho preventivo.
Qual a idade ideal para que uma criança comece a frequentar uma clínica odontológica? Devo procurar o ortodontista quando meu filho tiver alcançado qual idade?
O aparelho ortodôntico é o único caminho para problemas de crescimento, desenvolvimento dos dentes e da face?
Esses são apenas alguns exemplos de dúvidas que acompanham muitos pais.
O primeiro passo, nesse assunto, é entender que o ortodontista não é apenas aquele profissional para agir quando um problema existe. Pelo contrário, ele pode ser um grande aliado para prevenção de situações que, se não cuidadas, trarão transtornos mais a frente.
Esse profissional também deve ser visto como um orientador qualificado para ações no dia a dia que trarão benefícios para saúde bucal da criança. É preciso, antes de qualquer coisa, desvincular a imagem do dentista, e do ortodontista mais especificamente, daquele que só é procurado em último caso.
O ortodontista e ortopedista facial, Júlio Rover, explica que a criança pode ser levada para avaliação e acompanhamento, preferencialmente a partir dos dois anos de idade. Nada impede, porém, que os pais levem seu filho antes disso.
Esse contato cedo com um profissional qualificado vai permitir que sejam verificados o desenvolvimento e crescimento dos ossos da face da criança. “Nós recomendamos que leve pra fazer uma avaliação periódica anual para, se necessário, interceptar com tratamento no melhor momento e no menor tempo possível”, explica Rover.
Tendo acesso a criança desde os primeiros anos, o ortodontista tem a capacidade de ir atuando e fazendo encaminhamentos de prevenção. “Antes mesmo de um aparelho ser colocado numa criança, é possível ocorrer pequenos incrementos de materiais, que façam com que o dente não assuma uma posição que vá causar uma disfunção ou uma mordida cruzada, por exemplo”, complementa Júlio Rover.
“Via de regra, os tratamentos são iniciados com aparelhos fixos, quando a criança já está com maturidade. [Esse aparelho] é como um disjuntor instalado fixo na boca da criança.
A partir dos cinco anos, normalmente, já tem a maturidade necessária. Algumas crianças podem apresentar maturidade antecipada e a gente já consegue fazer esse tratamento”, pontua o ortodontista.
Os benefícios do acompanhamento precoce, desde a infância, são ligados à diminuição do tempo do tratamento que venha ser necessário. “Você pode tirar a criança de um tratamento futuro com aparelho fixo ou diminuir o tempo desse tratamento.
E você também pode ir estimulando o crescimento dos ossos da face que pode tirar de uma cirurgia ortognática”, afirma Júlio Rover.
A conclusão é de que quanto mais cedo seu filho estiver sendo acompanhado por um bom profissional, maiores serão os benefícios. É preciso estar atento à formação dos dentes e dos ossos que compõem a face.
A odontologia possui muitas tecnologias, atualmente, justamente para garantir maior qualidade de vida para as pessoas. E quando o assunto é saúde, quanto mais cedo, melhor.