Por Flávio Losano*
A internet e a tecnologia colocaram o mundo ao alcance de um clique. E a segurança dos usuários também. Mesmo após cinco anos do vazamento de informações no caso da Wikileaks e das denúncias de Edward Snowden, ainda não existe um consenso sobre os limites entre segurança e privacidade. Isso se aplica tanto no virtual, no que tange a coleta de dados de navegação, ao físico, no que diz respeito ao monitoramento contínuo.
No Brasil, com a difusão de informações da Agência Americana de Segurança (NSA, na sigla em inglês), a Presidência da República e a Petrobras, além de diversas outras empresas e cidadãos, tiveram suas privacidades invadidas ao serem espionados.
Atualmente, a população cede muito de sua privacidade para grandes corporações, ao concordar com termos de uso que gravam tudo o que é dito no celular, por exemplo. Porém, seu uso é uma questão de escolha pessoal e intransferível, ao contrário da imposição feita pela NSA, em que a sociedade não tinha conhecimento da situação e seus agravantes.
O céu é o limite?
Quando o assunto é a privacidade, os ânimos tendem a ficar exaltados. Enquanto alguns acham que a segurança tem de estar em primeiro lugar, outros acreditam que manter as informações bem guardadas deve ser a prioridade, mas o limite é apenas um: a ética.
Ela é o limite e deve pautar todas as decisões em aspectos relacionados à vigilância e à segurança. Nesse novo momento, das regras morais na era dos dados, as empresas devem se basear no senso comum sobre as fronteiras entre a segurança e a privacidade.
Em um tempo em que a tecnologia dita as regras, o grande diferencial que as organizações podem ter no tratamento de seus clientes, seja no meio físico ou virtual, é a prática da empatia, que consegue ajudar na determinação sobre quais as melhores condutas e caminhos a serem seguidos.
Uma das maneiras de se facilitar esse processo, é impor na companhia uma boa governança corporativa, que culmina em um compliance efetivo, que vai permear toda a cultura empresarial, dos níveis de gestão aos operacionais. Só assim a teoria será transformada em medidas eficientes.
Fica a lição de casa aos empreendedores.
*Flávio Losano é Gerente de Marketing da Tecvoz, empresa de tecnologia referência no mercado de Circuito Fechado de TV (CFTV). http://www.tecvoz.com.br/