Foi apontado pela imprensa e população que nas unidades de saúde do município não está sendo adotado o procedimento de antissepsia da pele antes da vacinação. Apesar de causar estranhamento por parte de alguns pacientes, não passar álcool na pele antes da picada é uma recomendação do Ministério da Saúde e GVE – Grupo de Vigilância Epidemiológica – órgão da Secretaria de Estado da Saúde.
De acordo com o GVE da regional Barretos tal prática está em desuso nas salas de vacinas há mais de 15 anos.
O Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação – Ministério da Saúde – 2014, página 45 enuncia: “Para a administração de vacinas, não é recomendada a assepsia da pele do usuário. Somente quando houver sujidade perceptível, a pele deve ser limpa utilizando-se água e sabão ou álcool a 70%, no caso de vacinação extramuros (fora das unidades de saúde) e em ambiente hospitalar”.
Protocolo que está embasado no Parecer Coren/SP (Conselho Regional de Enfermagem) Nº 022/CAT/2010 – Assunto: antissepsia da pele antes de vacina por via intramuscular conclui que as recomendações da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e Organização Mundial de Saúde (OMS) sustentam a prática da não realização da antissepsia da pele do local de aplicação da vacina por via intramuscular com álcool a 70%.
Guaíra segue as orientações do GVE que opta por seguir o Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação do Ministério da Saúde o qual não recomenda a utilização de álcool a 70% na vacinação de rotina, nas Salas de Vacinas das Unidades de Saúde.
PORQUE NÃO USAR ÁLCOOL
Porque, de acordo com muitas pesquisas, um antisséptico ideal (capaz de eliminar bactérias da pele) seria aquele capaz de “esterilizar” a pele em 5 segundos, com um mínimo de efeitos colaterais e com rápida evaporação.
De acordo com essas considerações um antisséptico ideal ainda não existe, e por isso até pouco tempo o álcool vinha sendo usado. Seu uso foi abolido, pois se descobriu que para o álcool ser eficaz, sua aplicação deveria ser mantida por 30 segundos e depois deixar a pele secar (sem assoprar) por mais 30 segundos. Se a injeção for realizada com a pele ainda molhada pelo álcool, ele pode tirar o efeito da vacina, causar mais dor e favorecer a entrada de bactérias.
Também se descobriu que, mesmo que não for realizada a antissepsia, as bactérias encontradas normalmente na pele não têm capacidade de provocar infecções no local da injeção, se a pele estiver limpa. Se a pele estiver suja, recomenda-se lavar com água e sabão ao invés de aplicar álcool antes da vacina.
Ou seja, o álcool não traz nenhum benefício para a vacinação, e se dispensado, também não traz nenhum prejuízo, por isso atualmente, não se faz necessário.