A busca por um emprego formal com oportunidade de novos aprendizados levou Jussara Alves de Sousa, 32 anos, a trabalhar nos reflorestamentos às margens do rio Sapucaí, realizados pela Casa da Floresta em parceria com a CTG Brasil – empresa que opera as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) Palmeiras e Retiro. Experiente no serviço braçal nas lavouras de cana, tomate e feijão, hoje Jussara lidera uma equipe de 12 pessoas e se diz realizada ao exercer uma atividade que “trata a natureza com respeito”.
De acordo com Mônica Cabello de Brito, responsável pela Casa da Floresta – empresa especializada em estudos de biodiversidade e sustentabilidade –, nos trabalhos de reflorestamento do Sapucaí Jussara e as demais mulheres se destacam, por isso a ideia da empresa “é formar uma equipe de campo totalmente feminina, mostrando nossa capacidade de atuar na conservação da biodiversidade”.
As mãos femininas que manuseiam as delicadas mudas de ingá, jatobá, embaúba, cedro e outras espécies nativas utilizadas também pegam no cabo da enxada, numa rotina diária das 8h às 17h. “A equipe faz coveamento, adubação das covas, capina e plantio. Em todas essas atividades, as mulheres têm se mostrado proativas e dinâmicas”, ressalta Mônica.
Jussara conta que apesar de encarregada da equipe, trabalha igual a todos. “Aqui homens e mulheres dão o melhor de si pela natureza. Como líder, é meu dever coordenar a execução das tarefas, mas também colocar a ‘mão na massa’”, defende a trabalhadora rural que começou aos 8 anos, na roça, para ajudar a família.
“Trabalhar com reflorestamento ampliou minha visão de responsabilidade ambiental. Quando planto uma árvore, penso que estou cultivando o futuro do meu filho, dos meus netos. Hoje me importo mais com o aquecimento global, preservação da água e cuidados com a natureza, e faço questão de repassar isso ao meu filho, sobrinhos e vizinhos”, garante.
1,6 milhão de árvores plantas
O programa de reflorestamento da CTG Brasil na Bacia do Sapucaí já plantou 1,6 milhão de mudas florestais nativas regionais de 122 espécies. A empresarestaurou 945 hectares de mata nativa (equivalentes a 952 campos de futebol) na região das PCHs: 398 de Áreas de Preservação Permanente (APP) que integram os reservatórios de Palmeiras e Retiro, 45,13 na recuperação de áreas degradadas e 502 hectares em reflorestamentos de propriedades de terceiros.