Quantas vezes você já se esqueceu de uma senha e teve de redefini-la, seja para operações bancárias on-line, e-mail ou em algum site de compras que você usa de vez quando?
Durante anos, somos aconselhados a criar senhas fortes, uma mistura de caracteres maiúsculos e minúsculos com números impossíveis de adivinhar, além das combinações diferentes para cada conta única e serviço que usamos. Mas quanto mais complexas as senhas se tornam e quanto mais delas acumulamos, maior é dificuldade para nos lembrarmos. A complexidade pode levar à insegurança, com algumas pessoas minando a força de suas senhas ao salvá-las em documentos não criptografados em desktops até escrevê-las em um post-it colado à sua tela de computador.
Mas não são apenas as senhas que são afetadas. PINs de banco também se enquadram nesta categoria – especialmente se faz muito tempo que você não utiliza uma conta ou um cartão.
Para ajudar, uma companhia teve recentemente uma ideia bem curiosa. A solução seria usar os emojis – os ícones com sorrisos e imagens que se tornaram populares em mensagens de texto, tweets (e mais recentemente, até ganhou data comemorativa em alguns países).
Aquilo que inicialmente parecia ser um conceito forçado passou a fazer sentido, já que existem apenas 7.090 permutações únicas de quatro números, sem repetição, comparados a quase 3,5 milhões de permutações únicas de 44 emojis, sem repeti-los. Essa quase possibilidade infinita de combinações pode limitar os ataques dos fraudadores, como também pode facilitar a vida dos usuários já que a natureza visual dos caracteres ajuda na memorização.
Já ouvimos que “uma imagem vale mais do que mil palavras”, mas já paramos para pensar que isso seria uma realidade ao se tratar das senhas? As organizações que estão pensando em aderir ao uso do emoji precisarão pensar que talvez os consumidores não se limitem usar smartphones ou tablets, onde os teclados de emojis podem ser facilmente selecionados, para completar o processo de autenticação. Se este for o caso, também é preciso avaliar outros pontos de acesso – estas senhas seriam removidas completamente ou os usuários precisariam ter uma senha para dispositivos móveis e uma para o desktop?
Usar emojis poderia certamente alavancar o crescimento do mobile banking. Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos, em 2015, foram feitas 11,2 bilhões de transações bancárias via smartphone no Brasil, já nos Estados Unidos, a adoção é muito mais lenta, além de segurança e problemas com autenticação.
Os emojis podem mesmo ser a resposta?
Um ponto de vista interessante é que, por conta do apelo visual, esse tipo de autenticação pode ser muito mais fácil de ser lembrado e, consequentemente, fará com que paremos de mudar constantemente nossas senhas. Mesmo assim, ainda é preciso avaliar se o uso de emojis realmente pode ser uma realidade na autenticação online.
Certamente, será necessário alcançar um equilíbrio entre os benefícios da segurança versus o fato de os consumidores precisarem de senhas diferentes para dispositivos diferentes. Senhas para dispositivos agnósticos seriam soluções bem simples, mas como essa opção confiável já foi apresentada ao mercado, agora pode ser o momento para começar a pensar sobre como fortalecer o processo de autenticação.