A Casa de Cultura Professor João Augusto de Mello recebe no dia 20 de setembro o monólogo, A Merda, (La Merda) do autor italiano Cristian Ceresoli. A peça que será encenada no cineteatro Abraão Cury é uma versão brasileira, estrelada e dirigida por Christiane Tricerri. A apresentação que ocorre num domingo, tem seu início marcado para às 20h30. O espetáculo dura 60 minutos e apresenta a atriz nua em cena, por tanto a censura é de 18 anos.
O monólogo leva ao palco da Casa de Cultura uma mulher que, nua e sozinha em cena, dá voz a sua consciência. Categorizada como “jovem” e “feia”, a personagem manifesta sua revoltada confidência pública com obstinação, coragem e resistência, tentando abrir seu próprio espaço, como celebridade, em uma sociedade de “coxas e liberdade”.
A intérprete deste texto toca, como se fosse uma musicista, uma nota poética. Ao fazê-lo, através do seu corpo e da partitura, emerge a história de um ser humano, com sua íntima, mas pública confidência. Uma tragédia humana, da qual as pessoas podem rir.
Corpo e sua mente estão abertos para cada ato e cada pensamento, sem hesitações. Existe o nosso tempo nessa nota poética, com suas misérias e alegrias, na crueldade escrita com candura. O expectador pode rir, pode chorar, se revoltar, se irritar.
Em meio a tantas discussões sobre ditadura da beleza e o papel da mulher na sociedade A Merda expõem, sem filtros sociais, os sentimentos mais profundos do sexo feminino, um grito do ser humano por identidade.
A Merda é uma manifestação contra as pessoas que atuam para ter poder sobre os outros e como uma cultura de celebridade. A um grito de protesto à destruição maciça de identidade.
Uma fuga da ditadura da beleza, subproduto do consumismo alienado. Uma beleza impossível de alcançar, pois é uma beleza que realmente não existe. Isso é mais verdadeiro para as mulheres.