Dentro da onda religiosa de hollywood chega o filme Noé. Porém a obra não é realmente bíblica mas, ainda assim, emociona e leva a uma reflexão sadia. Se fosse fidedigna ao texto referência de Gênesis, poderia também ser maravilhosa, não sendo claro o porquê das distorções.
No texto base do Antigo Testamento, Deus fala a Noé de forma clara sobre toda a questão ao redor da destruição da humanidade pecadora e da construção da arca e não em sonhos, nem o deixando confuso e atordoado como no filme. Também não há citações de gigantes de pedra, nem de certos conflitos vivenciados no cinema dentro da família de Noé. Além disso, é bem claro na Bíblia que o protagonista entra na arca com sua esposa, filhos e noras, coisa diferente da ficção cinematográfica.
Por outro lado, o olhar do talentosíssimo Russell Crowe ao interpretar Noé contemplando os animais, obras de Deus, mais os ensinamentos sobre o amor do Criador pela criação e a compaixão dos seres humanos não corrompidos pelo pecado, são pontos que nos remetem a Escritura Sagrada.
A despeito das distorções cometidas pela liberdade poética, vale a pena assistir o filme, porque a ficção aproxima o espectador da realidade Divina por muitos esquecida e promove reflexões importantes na sociedade moderna.
O público deve esperar sair da sala de cinema emocionado, pensando em toda a corrupção da humanidade antiga e atual ( raça sem conserto?), mas certos da benevolência de Deus simbolizada por um lindo arco-íris.
Janaína Soares Vieira Borghetti