Crianças que aprendem a programar hoje serão os gênios de amanhã!
Por Marco Giroto
O que os bilionários Bill Gates (fundador da Microsoft), Mark Zuckerberg (fundador do Facebook) e Steve Wozniak (fundador da Apple) têm em comum? Os três aprenderam a programar desde a adolescência. Gênios como esses estão mudando a história do mundo e o modo que vivemos. Criam tecnologias inovadoras, sendo muito bem recompensados por isso. A lista dos bilionários da revista Forbes ganha novos membros programadores todos os anos. Nenhuma outra habilidade é tão frequente entre os empreendedores bem sucedidos como a de saber programar, como Jeff Bezos (fundador da Amazon), Larry Ellison (fundador da Oracle), Larry Page e Sergey Brin (fundadores do Google), entre outros nomes de bilionários programadores. Essas pessoas já são consideradas gênios de nossa geração que depende, direta ou indiretamente, da tecnologia. Se hoje estamos assim, imagine dentro de alguns anos em que, certamente, tudo será controlado por computadores, até mesmo nossos cérebros.
Dentro de poucas décadas, poderemos implantar microchips em nossos cérebros e expandir nossa capacidade de armazenar informações. Os transplantes de órgãos de uma pessoa para outra começarão a ser menos comuns, uma vez que nossos órgãos poderão ser facilmente substituídos por um similar fabricado com tecnologia.
A ciência da computação já fez mais pela medicina em dez anos do que foi feito em 100 anos de pesquisas e estudos. O mesmo ocorre nas outras ciências e, conforme os anos passam, essa diferença só aumenta. A ciência da computação está nos transportando das carroças de 50 anos atrás para viagens interplanetárias dentro de 20 anos.
Em outros países, não faltam exemplos de crianças prodígio que se tornaram gênios com a ajuda da programação. Um dos casos de maior destaque foi o americano Santiago Gonzalez que do 7º ano do fundamental passou direto para a faculdade com apenas 12 anos de idade.
No Brasil, o caso mais famoso é do programador Pedro Franceschi que ganhou destaque ao traduzir o aplicativo Siri da Apple do inglês para o português. Pedro que programa desde a adolescência fundou recentemente uma startup de pagamentos (a Pagar.me) que, inclusive, já recebeu investimento.
Assim sendo, cada vez mais dependemos da tecnologia que é desenvolvida pela ciência da computação, o que facilita, e muito, o nosso dia a dia. Energia elétrica, água encanada, internet (entre outros), tão comuns para nós, mas que apenas as temos graças aos avanços tecnológicos.
No entanto, os grandes responsáveis por tanta tecnologia não são os computadores, mas sim os cientistas da computação. Um computador é apenas uma caixa de circuitos com luzes piscantes. Sem um cientista da computação, ou pelo seu nome mais conhecido, programador, que é responsável por criar todo o sistema que controla esses circuitos, não teríamos tamanho avanço tecnológico.
Você deve estar se perguntando: por que aprender programação poderá transformar crianças em gênios? Quem falar a língua dos computadores, poderá se comunicar muito mais facilmente com eles. E, em uma era onde tudo será controlado por máquinas, saber programar significa poder controlá-las e não apenas ser controlado por elas. Além disso, aprender a programar exercita o raciocínio lógico, a criatividade e a resolução de problemas. Programadores são grandes solucionadores de problemas, não apenas na área da computação, como também na vida pessoal e profissional. São pessoas que possuem pensamento lógico e pragmático, mais criativas e, consequentemente, mais inteligentes que a média da população. Aprender a programar exercita outras habilidades, entre elas, matemática, física, português, inglês e geometria.
Por isso os países de Primeiro Mundo estão agilizando para que haja modificações na educação, de modo a se incluir o ensino de programação e robótica nas escolas. A escassez de mão de obra qualificada nesta área está desacelerando a economia mundial. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, veio a público recentemente clamar para que as pessoas estudem programação. Entre suas frases de impacto, a que mais chamou a atenção: “Aprender a programar não será importante apenas para o seu futuro, mas será importante para o futuro do nosso país”. Esse desespero deve-se ao fato de que, nos Estados Unidos, todos os anos, mais de 120 mil vagas nas áreas ligadas à ciência da computação deixam de ser preenchidas por falta de mão de obra qualificada. Vagas com salários médios de 130 mil dólares por ano (algo em torno de 25 mil reais por mês aqui no Brasil) que, em boa parte, acabam sendo preenchidas por chineses, indianos e israelenses.
Alguns países, como Coreia do Sul, já inseriram, no currículo das escolas, a disciplina ciência da computação. Nos Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, os políticos estão se mobilizando para aprovar leis que façam o mesmo em seus países.
Enquanto isso não acontece, estão surgindo empresas e iniciativas para ensinar programação para crianças e adolescentes. No Brasil, a iniciativa veio da SuperGeeks, a primeira escola de programação e robótica de nosso país. E, como as linguagens de programação são em inglês, assim como o mundo da tecnologia, as aulas dos cursos presenciais da SuperGeeks são bilíngues, ou seja, o aluno pratica o inglês, enquanto aprende a programar e a criar pequenos robôs, uma vez que treinar o inglês, em uma situação prática e real, é muito mais efetivo do que em diálogos vazios, com roteiros previamente escritos e descontextualizados. A melhor forma de se aprender uma nova língua é praticando-a em uma situação real.
A ideia da SuperGeeks surgiu, quando eu estava morando na Califórnia, mais precisamente no Vale do Silício, centro da tecnologia mundial. Comecei a perceber uma forte movimentação das grandes empresas, da imprensa, dos políticos e das escolas para ensinar programação para crianças e adolescentes. Como eu tive meu primeiro contato com programação aos 12 anos – o que me ajudou muito, principalmente, em áreas não relacionadas à tecnologia –, e como minha esposa tinha experiência com crianças e adolescentes, por ter lecionado por anos em escolas particulares e públicas, resolvemos juntar nossos “poderes” e criamos uma metodologia inédita no Brasil – e porque não dizer no mundo –, para ensinar programação e robótica para nossas crianças. (Mais informações sobre nossa metodologia, você poderá ver em nosso site http://SuperGeeks.com.br).
Ficamos mais de um ano, criando a metodologia e a empresa. Começamos nos Estados Unidos, visitamos diversas escolas por lá que ensinam programação para crianças e também participamos como voluntários em eventos para ensinar a garotada a programar. Chegando ao Brasil, visitamos vários colégios de elite de São Paulo que diziam que já ensinavam robótica, como curso extracurricular; mas nos deparamos com tudo, menos com essa matéria de fato. Apenas peças de montar com pequenos motores ou, em alguns casos, o Lego Mindstorm, uma iniciativa da empresa Lego para ensinar programação e robótica para crianças. São projetos louváveis, melhor do que nada, no entanto, muito básicos para crianças que já nascem em um mundo completamente cercado por tecnologia. Além disso, vale ressaltar que peças de montar e motores que se movimentam sozinhos, caso não exista a programação para controlá-los, não pode ser chamada de robótica, já que robôs são controlados por programação.
Resumindo: vimos que o Brasil estava completamente carente de um curso especificamente de programação e robótica, voltado para esse público. A maioria dos cursos de programação que existe não é para crianças ou adolescentes e ainda é necessário que haja um prévio conhecimento de alguma linguagem da área.
Como formar gênios?
Esta é uma pergunta que muitos pais devem se fazer. Alguns pensam que seus filhos são gênios; pois, aos 2 anos de idade, já sabem desbloquear a tela do iPad. Sinto lhes informar, entretanto, que, provavelmente, seu filho ou filha não tem nada de gênio, ainda.
Cientistas já concluíram que existem dois tipos de gênios: aqueles que assim nascem – o que é uma parcela bem pequena da população, algo em torno de 3 para cada 100 pessoas – e aqueles que são tão estimulados desde a infância e desenvolvem uma aptidão, acima da média, para algo de que gostam. Um exemplo de gênio formado: Susan Polgar. O pai de Susan – que sempre havia sido uma criança normal – percebeu que ela desenvolveu um gosto natural pelo xadrez. Por isso, ele começou a estimulá-la a jogar xadrez, chegando a treinar seis horas diárias. Consequência disso é que Susan, mesmo quando criança, conseguiu vencer grandes enxadristas reconhecidos mundialmente. No entanto, sua habilidade não tem muita aplicação prática no mundo atual. Claro que aprender xadrez desenvolveu a inteligência de Susan, em diversos outros aspectos; porém, se é para estimular uma criança a aprender algo, vamos estimulá-la para algo que terá uma aplicação prática para o futuro. E a ciência da computação terá uma aplicação prática para a vida de muitas crianças, mesmo aquelas que não queiram seguir carreira nessa área.
Hoje, as crianças não aprendem matemática para serem matemáticos. Não aprendem biologia para serem biólogos. E não aprendem história para serem historiadores. O mesmo acontece com ciência da computação. As crianças não aprenderão programação apenas para serem programadores, e sim, sobretudo, para interagirem melhor com o mundo no qual vivemos, como ocorre com o ensino das demais matérias obrigatórias: precisamos saber, conhecê-las, porque faz parte do nosso dia a dia, é um conteúdo que, constantemente, temos contato e, por isso, deve ser aprendido, de modo a nos situarmos no atual momento tecnológico que presenciamos e só tende a crescer.
Especialistas já dizem que aprender a programar no século XXI está se tornando tão importante como aprender a ler e escrever foi no século XX.
E, para a alegria dos pais – para não dizer apenas dos filhos – a área da computação é extremamente ampla. Os pequenos podem aprender desde criação de games, até habilidades mais artísticas, como modelagem em 3D. Se gostam de biologia, temos a área da biotecnologia; se gostam de medicina, temos a computação científica. A área da computação é tão ampla que não caberia neste artigo.
Somente o fato de crianças e adolescente desenvolverem habilidades, como pensamento lógico e crítico, criatividade e resolução de problemas, já seria mais do que motivo para estimular, desde já, o aprendizado da ciência da computação. Não confundindo-a com a informática, ensinada em cursos que temos por aí, que ensinam Word, Excel, Power Point. Quem aprender a programar poderá criar seus próprios softwares.
O famoso físico Stephen Hawking, considerado o Albert Einstein de nossa época, já disse: “Se você quer descobrir os segredos do universo ou ter uma carreira no século XXI, aprender programação é essencial.” Palavras vindas do homem mais inteligente da Terra ainda vivo.
A educação está falida
Outro grande problema que sofremos atualmente é que nossas escolas estão querendo ensinar crianças nativas da tecnologia (que nascem sabendo navegar na internet), utilizando um método de ensino do século XVIII.
Se o seu filho não tem um bom desempenho escolar, talvez seja pelo fato de que ele não está sendo desafiado e estimulado, o que estão lhe ensinando é tão enfadonho e tedioso que ele não consegue prestar atenção. Por analogia, você mantém sua atenção em um filme monótono ou em um livro desinteressante?
As crianças precisam ser constantemente desafiadas. Temos que proporcionar a elas estímulos, dos mais diversos possíveis. Se uma matéria é sem atrativos, insira-a em um contexto que seja interessante para esta nova geração. Desafie-a. Estimule-a com assuntos que ela tenha interesse.
O mesmo acontece nos cursos superiores, principalmente, cursos de tecnologia. No curso de ciência da computação, por exemplo, como os alunos chegam totalmente despreparados, os professores são obrigados a ensinar coisas completamente triviais de programação. E, quando começam a abordar uma linguagem de programação, partem para as mais difíceis que existem, o que acaba afugentando os alunos desses cursos (que possuem o maior índice de desistência de todos). Se ensinarmos ciência da computação desde cedo, faremos com que os cursos superiores de tecnologia tenham que melhorar sua qualidade, pois os alunos chegarão à faculdade extremamente bem preparados. Isso fará com que tenhamos melhores cientistas sendo formados.
No entanto, cabe aos pais cobrar isso dos educadores e não simplesmente aceitar a dura realidade educacional apresentada. Grande parte dos educadores não tem a menor ideia do que está fazendo e só transmite a seu filho o que lhe fora passado. Se queremos uma sociedade mais próspera, com pessoas mais inteligentes, criativas, inovadoras, empreendedoras, temos que desafiar o status quo, quebrar paradigmas, sendo que os pais são a peça fundamental para que isso aconteça. Se almejamos que nosso país seja de Primeiro Mundo, a educação tecnológica será muito importante para que isso aconteça, afinal, fluência digital quer dizer criar, projetar e desenhar tecnologia e não navegar na internet, interagir em redes sociais, bater papo em chats e ficar jogando videogame.
Segundo Mitchel Resnick do MIT e criador do Scratch, um software para ensinar crianças e adolescentes a programar, você não aprende a ler e escrever para ser um escritor, assim como não irá aprender a programar apenas para ser um programador, mas para ser um fluente digital, saber programar é imprescindível.
A educação é a base de qualquer sociedade. Se nosso país investisse em educação, teríamos menos prisões, melhores hospitais, cidadãos mais atuantes, uma economia solidificada. Crie um bom alicerce que todo o resto irá melhorar e muito.
Temos que nos conscientizar que a tecnologia faz parte da nossa vida; por isso, temos que aprender a falar a língua dela. A maioria dos adultos não consegue ver a importância da programação, porque já possui sua carreira e seu emprego e considera que o quadro profissional não sofrerá alterações. Comece a pensar no futuro e veja que aprender a programar será essencial, mais cedo do que se imagina.
Há 20 anos – quando começaram a surgir, no Brasil – pouquíssimos pais matricularam seus filhos nas primeiras escolas de inglês. Nos colégios convencionais, mesmo nos bons colégios particulares, os alunos tiveram que aprender o verbo “to be” do ensino fundamental ao médio. O resultado disso é que apenas 5% da população brasileira sabe falar inglês, conforme levantamento feito pelo British Council. E, como a internet derrubou as fronteiras entre os países que, em grande parte, comunicam-se em inglês, hoje temos uma proliferação de escolas desse idioma e milhões de pessoas tentando, agora, aprendê-lo.
Assim sendo, chegou a hora de nossas crianças aprenderem programação, ciência da computação, para se tornarem pessoas com inteligência e habilidades acima da média, destacando-se. Não podemos deixar o Brasil atrás de países, como Índia e China. Se o governo não faz nada pela educação, cabe aos pais fazer, pelo menos, pensando no futuro de seus filhos.
E para aqueles pais que consideram que aprender a programar não será um diferencial e uma habilidade extremamente importante que ajudará, e muito, na vida como um todo, é quase certo que, em um futuro bem próximo, seu filho trabalhará para alguém que possua tais conhecimentos.
No Brasil, não será diferente. Se almejamos que nosso país seja de Primeiro Mundo, a educação tecnológica será muito importante para que isso aconteça, afinal, fluência digital quer dizer criar, projetar e desenhar tecnologia e não navegar na internet, interagir em redes sociais, bater papo em chats e ficar jogando videogame. Segundo Mitchel Resnick do MIT e criador do Scratch, um software para ensinar crianças e adolescentes a programar, você não aprende a ler e escrever para ser um escritor, assim como não irá aprender a programar apenas para ser um programador, mas para ser um fluente digital, saber programar é imprescindível.
fonte: SuperGeeks