Brasileiro adora ignorar livros. Falo isso com propriedade porque ainda me lembro das propagandas valorizando o hábito, mais precisamente 1998 nos tempos de ginásio, e hoje esse tipo de comercial (na época bancado pelo governo federal) virou totalmente alternativa; falta de consumo seria o motivo mais apropriado. O que não vende não se divulga não é mesmo?
Outra constatação triste sobre o fato é o número de bibliotecas e livrarias existentes em nosso território, com uma média quinze vezes menor comparado a lan houses e um total de estabelecimentos inferior à Bueno Aires (esta que ainda perde para Paris, Roma, Berlim e Londres). E as razões a essa estatística tem lógica e fundamento sim.
Primeiro as vantagens de ler. Assim como o alongamento ajuda no exercício físico, a leitura prévia de um livro ‘acende’ e estimula o cérebro antes de estudar, em especial se tratando de raciocínio. Não importa subcapítulo, capítulo, 10, 30 páginas e sim que seja sua escolha. Não entrarei no mérito de livro tradicional ou e-book ecológico, desde que seja útil.
Depois, quanto maior a leitura mais requintado fica o vocabulário e o conhecimento, certamente resultando em destaque positivo ao nosso português e nossa cultura, tão mal-tratados e literalmente mal-falados no cotidiano. Um professor de literatura confessou que um dos seus hobbies era decorar palavras do dicionário. Acredito que prosas e poemas são mais bem-vindos e dinâmicos.
Outro ponto a favor do livro, daí uma opinião de um formado em humanas, é a fonte de pesquisa. Esquematizar, sintetizar e interpretar o que está pesquisando. Nada mais digno de respeito e aprovação do que um trabalho de poucas páginas se comparado à inúmeras lidas e relidas.
Mas muitos dos problemas para o brasileiro apreciar um livro tem como ponto de partida duas características: Preguiça e correria no dia-a-dia. Pelo primeiro o melhor exemplo são os alunos, ávidos pelos resumos no oráculo Google, procurando enganar ao máximo os professores com polígrafo de sobra no momento da correção. Sobre o segundo é até compreensível: é exigir demais uma leitura do cidadão após horas de trabalho, mais estudos, mais cuidar das casa, mais a(s) prole(s), mais planejar como vai ser o próxima jornada.
O outro fator de distanciamento do brasileiro e o livro diz respeito ao governo (sempre ele), que taxa os livros de forma absurda, não valoriza a formação nem de escritores/pesquisadores nacionais tampouco intérpretes para traduzir o que vem de fora.
[author] [author_image timthumb=’on’]http://www.guairanews.com/wp-content/uploads/2012/04/gabrielogata.jpg[/author_image] [author_info]Gabriel Carlos Ogata Nogueira é graduado em História pela Unimep (2008), pós-graduado em História do Brasil e da América no Cenário Geopolítico Contemporâneo pela Unifran (2011) e formando em Geografia pela Unifran (2012). Professor nas escolas Centro Educacional Ana Lelis Santana e Escola de Educação Básica e Educação Profissional Irum Curumim. Autor do Blog http://autoparapessoas.